Pesquisa aponta problemas com crack em municípios brasileiros
Um panorama sobre a presença do crack e outras drogas no Brasil foi apresentado nesta segunda-feira, 7, pelo presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. A pesquisa foi elaborada com os gestores municipais de 4.430 cidades. Cerca de 84,5% afirmaram que enfrentam problemas com a circulação de drogas em seu território. Na pesquisa divulgada há um ano, 98% dos pesquisados confirmaram a presença do crack.
A maioria dos gestores apontou ocorrências com outras drogas, mas 90,7% consideram que o crack é o problema e 93,9% registram existência de transtornos por causa da circulação do entorpecente. “Verificamos que o uso de crack se alastrou por todas as camadas da sociedade, a droga que, em princípio, era consumida por pessoas de baixa renda, disseminou-se por todas as classes sociais”, aponta a pesquisa.
Dados também revelam que o crack está substituindo o álcool nos municípios de pequeno porte e áreas rurais. Nos grandes centros, uma pedra de crack custa menos de R$ 5.
O custo efetivo das ações de combate ao crack e outras drogas nos municípios chega a mais de R$ 2,5 milhões. De acordo com o CNM, faltam profissionais capacitados e verbas destinadas para a manutenção das equipes e dos centros de atenção que deveriam estar disponíveis aos usuários.
Ainda de acordo com as respostas, a presença de drogas em 63,7% dos municípios tem impacto na saúde pública. A fragilidade da rede de atenção básica aos usuários, a falta de leitos para a internação, o espaço físico inadequado, a carência na disponibilidade de remédios e a ausência de profissionais especializados na área da dependência química são os principais entraves apontados pelos gestores municipais.
O segundo setor mais afetado é a Segurança Pública. Quase 60% das cidades listaram vulnerabilidades na segurança, como aumento de furtos e roubos, falta de policiamento em áreas de vulnerabilidade, e crescimento da violência intrafamiliar, doméstica e rural.
Mais problemas
Outra questão revelada pela pesquisa é a fragilidade da rede de Proteção Social Especial e do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) que tem como objetivo trabalhar as demandas dos usuários de drogas. Estes serviços são deficitários em 44,6% dos municípios.
De acordo com a pesquisa, um dos grandes problemas é a falta de controle das fronteiras do país. “O efetivo policial é pequeno, mal remunerado e pouco treinado para enfrentar a dinâmica do tráfico de drogas.”
Mais um fator relevante, segundo o CNM, é o papel que as indústrias produtoras de insumos utilizados para o preparo do crack desempenham. “A grande questão é a fiscalização da venda desses produtos, que atualmente é feita de maneira insuficiente.”
A Educação também é uma área diretamente atingida pela presença do crack, segundo o levantamento da CNM. Quase 38% das prefeituras apontam problemas, especialmente em relação ao tráfico de drogas nas escolas.
Em abril de 2011, a confederação lançou o portal Observatório do Crack para acompanhar a situação dos municípios, com informações sobre o consumo, os investimentos e os resultados das ações de combate à droga.
Fonte: Central de Notícias e Agência Brasil
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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