Proposta do governo de gratificação é rejeitada por bombeiros
A queda de braço entre bombeiros e o Governo do Rio ainda continua longe do fim. Nesta quinta-feira (15), o cabo Benevenuto Daciolo, um dos líderes dos militares, anunciou que a categoria não aceitou a proposta apresentada pelo governo, que ofereceu vale transporte e uma gratificação adicional de R$ 350.
Além aguardarem a anistia, os bombeiros não abrem mão da reivindicação principal, que é um salário de R$ 2.000. Além disso, o cabo informou que a categoria rejeitou a proposta porque não quer gratificação, mas sim a incorporação no salário.
A reunião foi marcada após quatro deputados da base que dá apoio à causa dos bombeiros – Janira Rocha (PSOL), Marcelo Freixo (PSOL), Luiz Paulo (PSDB) e Flavio Bolsonaro (PP) – conversarem com o presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), o deputado Paulo Melo (PMDB). Também participou do encontro o líder do governo na Câmara, André Corrêa, em mais uma tentativa de pôr fim ao impasse em torno da reivindicação salarial, mas as partes não chegaram a um acordo.
O cabo convocou os militares a comparecerem nesta quinta-feira (16) à Alerj, onde, além de um ato de agradecimento à população pelo apoio, haverá uma assembleia para definir os próximos passos do movimento diante da falta de acordo.
Bombeiros assinam na Justiça notificação de acusação por motim
Confiantes na anistia, centenas de bombeiros assinaram nesta quarta-feira a citação [notificação das acusações às quais responderão na Justiça] na Auditoria da Justiça Militar, na zona portuária do Rio de Janeiro. O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou 429 bombeiros e dois policiais militares devido a invasão do Quartel Central da corporação. A previsão era de que todo o grupo comparecesse ao Tribunal entre as 12h e 18h. Até por volta das 18h, 424 bombeiros haviam assinado a citação.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio, os militares foram notificados no momento em que receberam o alvará de soltura no último sábado (10). O processo inicial foi desmembrado em dois, um quanto aos dois policiais militares e outro em relação aos 14 bombeiros considerados líderes do crime de motim, onde se incluem os oficiais. Os demais 415 acusados permaneceram agrupados na ação principal.
As datas dos interrogatórios também estão definidas. Os 14 bombeiros apontados como líderes do motim serão ouvidos no dia 8 de julho, às 12h, pelo Conselho Especial de Justiça, que, no caso, será composto por um coronel e três tenentes-coronéis do Corpo de Bombeiros, e presidido pela juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros. O Conselho Especial possui tal formação porque, nesse caso, um dos réus ostenta a patente de major, e somente pode ser processado e julgado por oficiais de patente superior.
O interrogatório dos dois policiais militares denunciados foi marcado para o dia 11 de julho, às 13h. Eles serão ouvidos pelo Conselho Permanente de Justiça da Polícia Militar, composto por um major e três capitães da corporação, e também presidido pela juíza da Auditoria da Justiça Militar. Já os 415 bombeiros foram divididos em grupos e serão interrogados entre os dias 5 e 18 de agosto, sempre a partir das 10h.
A denúncia do Ministério Público apresenta uma relação de 14 veículos operacionais danificados pelos manifestantes. Também teriam sido inutilizados os portões de entrada do Quartel Central e os portões de acesso ao cassino de cabos e soldados, as instalações da Diretoria Geral de Finanças, da Superintendência Administrativa, da Subsecretaria de Defesa Civil, da Secretaria de Estado de Saúde e Defesa, do refeitório de oficiais, refeitório de praças, cozinha, padaria, depósito de laticínios e frutas, ambulatório de nutrição e porta de acesso à rua do Senado.
Fonte: R7
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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