Queda na avaliação do governo é natural, dizem analistas

Dilma mantém popularidade alta e é aprovada por 67% dos brasileiros - Julia Chequer/R7

Com a divulgação da pesquisa CNI/Ibope, na quarta-feira (10), que revelou uma queda tanto na avaliação quanto na confiança em relação a presidente Dilma Rousseff, o jogo político em Brasília tratou de fazer suas análises de conveniência.

Para a oposição, Dilma estaria ladeira abaixo perante a população. Para os governistas, a presidente ainda sustenta índices superiores ao dos antecessores Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso.

No entanto, para os especialistas em pesquisa, o quadro é mais simples do que parece. Trata-se de um fenômeno comum a qualquer democracia mundial uma diferença entre a primeira sondagem, geralmente feita após a eleição de um presidente, e a segunda, na qual os eleitores já manifestam seus desejos perante o governo em questão.

Flávio Castelo Branco, gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, que encomendou a pesquisa do Ibope, relembra que esse quadro foi visto com o presidente americano Barack Obama. Ele assumiu o cargo com uma grande carga de expectativa e já na segunda pesquisa a popularidade caiu.

– É o yes we can, yes we do [do inglês: nós podemos, nós faremos]. As pesquisas de opinião refletem um momento em que é realizada e a primeira sempre tem um patamar mais elevado. Depois há uma certa acomodação normal de expectativas e, evidentemente, essa tendência pode ser revertida.

Na opinião de João Francisco Meira, diretor-presidente do Vox Populi, a política é um jogo de forças e interesses, inclusive para os eleitores. Nos primeiros seis meses de governo, a população concede um período de tolerância em função da própria organização do governo. A conta fica para depois.

– É normal que, passado esse primeiro tempo, haja uma reavaliação que seja para cima, para baixo ou até mesmo igual.

De fato, levando em conta as duas primeiras sondagens feitas pelo Ibope nos primeiros mandatos de cada um dos presidentes, só não se pode encontrar a tal “reavaliação para cima”, citada por Meira.

FHC, em março de 1995, tinha 41% de avaliação ótimo/bom e 63% de confiança da população. Os índices ficaram praticamente estáveis na segunda pesquisa, em julho daquele ano: 42% e 62%.

Com Lula foi um pouco pior. Na primeira avaliação, em março de 2003, o ex-presidente desfrutava de 80% de confiança e 51% consideravam seu governo ótimo/bom. Em junho, a confiança caiu para 76% e a avaliação do governo recuou para 43%.

João Francisco Meira, do Vox Populi, também lembra que comparações entre a primeira e a segunda pesquisa de um governo não refletem com precisão uma tendência de queda ou alta da popularidade.

– Não se pode dizer que está acontecendo uma queda. Esses primeiros momentos acontecem de forma geral. São duas pesquisas apenas. Não constituem uma seta.

Fonte: R7

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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