Queimadas já destruíram mais de mil áreas de cerrado e floresta Amazônica este ano

O Brasil tem sistema de monitoramento eficiente, mas não consegue por fim a uma das mais cruéis formas de devastação do meio ambiente: as queimadas. Este ano, até esta terça-feira, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais já registraram 76.545 focos de queimada. O cerrado foi mais castigado que a floresta. Até agora, o fogo destruiu 630 áreas de cerrado e 401 de floresta Amazônica. A situação se repete a ano a ano. Em 2011, os estados mais afetados são Bahia, Mato Grosso, Pará e Tocantins. Só na Bahia, foram detectados mais de 6 mil focos de incêndio desde janeiro.

Nas últimas 48 horas, reservas naturais ardem em chamas em Formoso do Araguaia e Centenário, no Tocantins; São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso, no Pará; Cotegipe e Santa Rita de Cássia, na Bahia; e Querência, Feliz Natal e Colniza; no Mato Grosso. Estas são as 10 áreas com maior número de focos de fogo, mas o número total é bem maior. Só na Bahia, 13 cidades aparecem listadas no boletim que ajuda a mapear a atuação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), que inclui ainda dezenas de municípios de Minas, Maranhão, Tocantins e Piauí, entre outros

Por dia, os nove satélites do Inpe produzem 200 imagens de queimadas. No ano que vem, o instituto terá dois novos satélites de monitoramento. Nada disso, no entanto, parece resolver o problema.

– Temos tecnologia para detectar e mapear o fogo, órgãos para fiscalizar, mas a nossa legislação para inibir as queimadas é totalmente ineficaz – admite Alberto Setzer, pesquisador do Inpe e coordenador do monitoramento de queimadas.

Setzer é taxativo: os incêndios, propositais ou por descuido, são causados por mãos humanas. O problema, segundo ele, é a impunidade. No ano passado, quando o Mato Grosso liderou a lista de queimadas, o Ibama aplicou mais de R$ 1 milhão em multas, mas, na Justiça, a maioria dos suspeitos consegue protelar o pagamento da conta. A estimativa é que menos de 1% das multas aplicadas por queimadas são efetivamente pagas.

As condições para o fogo são conhecidas: calor, estiagem e baixa umidade do ar. Há ainda o vento, que ajuda a propagar as chamas. Várias cidades brasileiras nos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia, Piauí e Tocantins, por exemplo, estão há 120 dias sem uma gota sequer de chuva. As temperaturas estão acima de 36ºC. Mas, de acordo com o coordenador do Inpe, seja caatinga ou floresta, mato não pega fogo sozinho.

– O que há é a cultura do fogo e a situação de impunidade. Não houve nestas áreas qualquer raio, meteoro ou queda de pedaços de satélite, que poderiam causar incêndios. O resultado das queimadas são acidentes nas estradas provocados por fumaça, problemas de saúde na população e emissão de poluentes, o que acaba fazendo com que o Brasil contribua para os problemas climáticos mundiais – diz o pesquisador.

De grandes fazendeiros a pequenos agricultores, todos colocam fogo para preparar a terra para pasto ou plantio. Queimam palha de cana ou, simplesmente, lixo.

Nesta terça-feira, os satélites do Inpe registram 382 focos de queimada em unidades de conservação em todo o país, 80% das quais na área da Amazônia Legal. Os estados mais atingidos são Tocantins e Pará. No Tocantins, os principais focos foram identificados no Parque Nacional do Araguaia e na Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins, além da Área de Preservação Permanente do Rio Araguaia. No Pará, são oito focos em áreas indígenas e 49 em áreas de conservação, entre elas a Reserva Biológica do Rio Trombetas e duas reservas estaduais, a Triunfo do Xingu e a Grão-Pará.

Apenas no Piauí são 37 focos registrados, a maioria na Estação Ecológica de Uruçuí-Una e no Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba. Também há fogo na Serra da Ibiapaba. Incêndios consomem também consome áreas de preservação na Bahia (13 registros), Maranhão (10), Minas Gerais (10) e no Mato Grosso (seis). Em Minas Gerais, há registro de 10 focos. Na região de Metropolitana, no Parque Estadual da Serra do Rola Moça, área de preservação ambiental, já foram queimados 80% de um parque, que tem 4 mil hectares. A recomposição da vegetação pode levar de 20 a 25 anos. Segundo os bombeiros, alguns focos persistem em áreas de difícil acesso, apesar de dois helicópteros e duas aeronaves ajudarem no trabalho, numa ação conjunta da Polícia Militar e do Instituto de Florestas.

As montanhas do Parque das Mangabeiras, um dos mais importantes de Minas Gerais, ficaram cobertas pela fumaça e pelo fogo nos últimos dias. As chamas atingiram 10 metros de altura. No Mato Grosso, outro ponto turístico está ameaçado, a Chapada dos Guimarães, onde também está sendo registrada queimada.

Segundo a Climatempo, depois de dois dias de trégua na Grande Belo Horizonte, o ar voltou a ficar seco nesta terça, o que aumenta o risco de incêndios florestais. No sábado, a região do aeroporto da Pampulha chegou a ficar com apenas 20% de umidade do ar. A frente fria dificultou a ação de combate ao fogo na Serra do Rola Moça porque veio acompanhada de ventos fortes, que espalharam as chamas. No domingo, as rajada chegaram a 65 km/h na região, segundo a estação meteorológica operada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

– A passagem desta frente fria sobre o Sudeste do Brasil era uma efetiva esperança de chuva para a região de Belo Horizonte. Mas infelizmente, este sistema praticamente não provocou chuva e gerou ventos fortes que ajudaram a espalhar o fogo do incêndio – diz a meteorologista Josélia Pegorim, da Climatempo.

Segundo Josélia, o tempo seco vai predominar sobre Belo Horizonte nos próximos dias. Apenas na segunda-feira que vem pode chover. No Mato Grosso, a chuva chega antes. Nuvens carregadas já provocaram pancadas em cidades como Alta Floresta, Carlinda, Santo Antonio do Leste, Cotrigauçu e Sinop. A região enfrenta calor de 40 graus. A terra está seca devido ao período de seca em todo o Centro-Oeste. Apesar a previsão de tempestades, o sol segue em boa parte do dia e os termômetros continuam a marcar temperaturas altas.

Fonte: Agência O Globo

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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