Seguranças particulares do RJ portam 20 mil armas, diz PF
O superintendente regional da Polícia Federal do Rio de Janeiro, Valmir Lemos de Oliveira, afirmou nesta segunda-feira que cerca de 20 mil armas estão nas mãos dos vigilantes de empresas de segurança privada no Estado. A informação foi divulgada durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga o tráfico de armas, munições e explosivos. Oliveira admitiu que o efetivo de 1,3 mil agentes da PF no Estado é pequeno para vistoriar as 256 firmas de segurança privada cadastradas na corporação, já que, hoje, elas empregam 240 mil profissionais.
“Ficou evidente que a estrutura da Polícia Federal no Rio é completamente insuficiente para combater o tráfico de armas no Estado. A Delegacia de Armas tem dois delegados. Eles trabalham em condições precárias, e setores como a segurança privada e o controle das lojas passam pela PF. Com essa estrutura de trabalho, não é possível fazer muita coisa”, afirmou o presidente da CPI, deputado Marcelo Freixo (PSol). Ele chegou a sugerir que empresas privadas devessem complementar a segurança pública.
Acompanhado dos delegados Anderson de Andrade Bichara, Carlos da Silveira Thomara e André João Oliveira, o superintendente da PF, no cargo há pouco mais de um mês, afirmou que atualmente há um esforço para identificar as empresas de vigilância irregulares. “O número apresentado não quer dizer que todos os vigilantes estão exercendo suas atividades ou que todas as empresas utilizem essa mão de obra. Estamos trabalhando para identificar algum gargalo que possa gerar irregularidades”, disse Oliveira. Segundo ele, é preciso investir mais em setores de inteligência.
De acordo com o delegado, é função da PF cadastrar e credenciar as armas, além de combater o tráfico internacional. Oliveira explicou, por sua vez, que os vigilantes das empresas de segurança devem fazer um curso de reciclagem a cada dois anos, o que é uma forma de controlar a atividade. “Aquele que apresenta algum problema psicológico ou esteja respondendo a inquérito criminal é descredenciado de sua função.”
A CPI na Alerj foi criada após uma discussão sobre a facilidade de acesso às armas ser gerada pelo massacre de Realengo, em 7 de abril. Na ocasião, um homem matou 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, na zona oeste do Rio de Janeiro. O presidente do Senado, José Sarney, apresentou em abril um projeto de decreto legislativo para realizar um plebiscito no dia 2 de outubro sobre a comercialização de armas e munição no País. O projeto precisa passar pela Câmara, pelo plenário do Senado e ter sanção presidencial.
Fonte: www.noticias.terra.com.br
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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