Sete milhões de motociclistas atemorizando o país
No mundo, hoje, existe mais de um milhão de veículos em circulação. Pesquisas registram que as mortes por acidentes de trânsito são a segunda causa no planeta. Quando fui Secretário Nacional de Trânsito, procurei dar aos brasileiros uma lei mais exigente para as pessoas dirigirem um carro. Infelizmente, quase vinte anos depois, não consigo me convencer de que alguém esteja dirigindo um veiculo e não saiba o que está fazendo.
Faróis altos ou simplesmente apagados. Outros não sabem os sinais de direção, mudam de trajetória sem qualquer aviso. Os maus motoristas não cuidam dos sinais luminosos ou dos sinais de direção, mas são craques em buzinas, barulhos pelos silenciadores de descargas, ou mesmo ao volume dos poderosos sistemas de som que equipam seus carros. Não esquecem também os engates atrás dos seus para-choques traseiros, que servem para arrancar as canelas das pessoas.
Por outro lado, em 1993, quando ofereci esse Código de Trânsito aos brasileiros, o país possuía sete milhões de veículo e menos de um milhão de motocicletas, hoje, tem trinta e cinco milhões de veículos e sete milhões de motocicletas em circulação que provocam uma epidemia de acidentes envolvendo seus condutores e pedestres, superlotando os hospitais, tornando o trânsito caótico e onerando em milhões o Sistema Único de Saúde.
Pesquisa mostra que mais da metade das UTIs do País estão ocupadas com pessoas vítimas da imprudência de motociclistas que causam os mais diversos acidentes de motos.
As facilidades na aquisição de uma motocicleta, tanto nas revendedoras, quanto através de consórcios, fazem com que os ciclistas das cidades troquem suas bicicletas; e os matutos das roças, troquem seus jumentos por motocicletas e, sem qualquer sentimento da responsabilidade de pilotar esse perigoso veículo de duas rodas, saem por aí, desenfreados ou desembestados, matando e morrendo.
Se não houver por parte dos governos uma política de humanização nesse setor, a tendência é que essa epidemia dos traumatizados de motos se agrave a cada dia, produzindo, diariamente perdas desnecessárias, muita dor e sofrimento aos amigos e familiares dessas vítimas do acaso.
Tem ainda, o agravante de que a maioria dessa gente não paga o IPVA, o seguro e muitos não possuem, sequer, a exigida Carteira Nacional de Habitação.
GONZAGA PATRIOTA, Contador, Advogado, Administrador de Empresas e Jornalista, Pós-Graduado em Ciência Política e Mestre em Ciência Política e Políticas Públicas e Governo e Doutorando em Direito Civil, pela Universidade Federal da Argentina.
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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