3ª SR Codevasf busca meios de introduzir produção de camarão em Petrolina
A 3ª Superintendência Regional (SR) da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf) começa a dar os primeiros passos em um empreendimento que pode se tornar uma alternativa aos produtores locais: a carcinicultura, técnica de criação de camarões em viveiros.
A Associação Brasileira dos Criadores de Camarão (ABCC), através de seu presidente, Itamar de Paiva Rocha, em contato com a Codevasf, demonstrou interesse em iniciar pesquisas e descobrir se há viabilidade de produzir camarão em água doce na região do Vale do São Francisco. A Codevasf atendeu prontamente, disponibilizando o Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e a(CIRPA) para que fosse feito um experimento com larvas de camarão nas águas do rio São Francisco. Os resultados já são animadores.
O responsável pela pesquisa, Eduardo Godoy, se mostra satisfeito com o que tem visto. “Nós trouxemos larvas de camarão do Ceará e do Rio Grande do Norte. As colocamos em água doce, do rio São Francisco mesmo e as aclimatamos. Depois foi só acompanhar durante doze dias. Os resultados foram muito bons e essa era a fase mais preocupante. Praticamente não tivemos problemas com desenvolvimento ou mortalidade. Agora vamos passar a fase de engorda, que é muito menos problemática”, informou Godoy.
Ainda segundo Godoy, são inúmeros os dados que fazem com que Petrolina interesse no processo de produção de camarões. A qualidade da água, a presença de aeroporto e a experiência que se tem na produção de tilápia (peixe), espécie que se cria em sucesso com o camarão, são algumas delas. “Aqui temos mão de obra, tem a cadeia de frutas que nos proporciona uma estrutura já pronta. A presença de empresas como a Codevasf faz bastante diferença. Além disso, a especulação imobiliária no litoral é mais forte. Sem contar que aqui poderíamos ter um controle bem maior das doenças”, afirmou.
Godoy acredita que essa é uma grande chance do Vale engrenar em uma prática que vem crescendo muito. “A espécie que estamos trazendo para a região é o Vannamei. Ela é a que possui as melhores condições características zootécnicas para o cultivo. E em relação ao cultivo em áreas interioranas, é algo que tem crescido. Há poucas áreas litorâneas disponíveis para essa prática. Dependendo da qualidade da administração, é possível ter até 60, 70% de lucro”, conta.
Rentabilidade
Quando se fala em geração de emprego direto, os números da criação de camarão também são interessantes. Segundo Godoy, enquanto a plantação de coco gera 0,16 empregos por hectare, e a cana-de-açúcar 0,35, o cultivo de camarão gera 1,89. As informações são da assessoria da Codevasf.
O Brasil é o mercado que melhor paga no mundo, quando se trata de camarão. Além disso, o país tem consumido cada vez mais essa iguaria. Em 2003, 22% do camarão produzido no país ficava no mercado interno, em 2010 esse número aumentou para 97,8%, o que contabiliza cerca de 75 mil toneladas.
Fonte: Blog do Carlos Britto
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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