A vida não está nada fácil para quem desenvolve aplicativos para dispositivos móveis

ReproduçãoO casal americano Shawn e Stephanie Grimes passou os últimos dois anos tentando trabalhar para a Apple, a companhia mais bem-sucedida do mundo. Eles já sabiam que não seria um emprego fixo, com renda regular, seguro saúde ou plano de aposentadoria. Por isso, decidiram abrir mão de tudo o que podiam: venderam carros, alugaram a casa de seis quartos e foram morar com parentes.

O campo de trabalho escolhido pelos dois é tão novo, que até alguns anos atrás simplesmente não existia. Shawn e Stephanie desenvolvem aplicativos de software para celulares como iPhone ou iPad – um segmento que cresce mesmo em meio a recessão. Só em 2010, o número de engenheiros de software aumentou cerca de 8% – para mais de um milhão -, superando a quantidade de produtores rurais. A dúvida é se esse crescimento do emprego no setor de aplicativos é real e duradouro.

Embora muitos programadores criativos abram empresas de milhões de dólares na mesa da cozinha, apenas uma pequena minoria consegue sobreviver criando novos aplicativos. O casal Grimes começou cheio de esperanças, fazendo aplicativos para bebês, mas não conseguiram produzir nem vender com a agilidade necessária.

Ethan Nicholas, de 34 anos, foi um dos poucos que conseguiu realizar seu sonho. Em 2009, ele ganhou mais de US$ 1 milhão com a criação de um jogo para iPhone. Mas, desde então, segundo ele, o universo do desenvolvimento de aplicativos passou por transformações tectônicas. “Uma pessoa pode largar tudo e começar a desenvolver aplicativos? Certamente”, diz Nicholas, que abandonou o emprego depois que o iShoot, um jogo de artilharia, virou sensação. “Tive sorte porque naquela época um aplicativo interessante ainda podia fazer sucesso. Mas hoje a concorrência é feroz.”

Esse boom é parte de uma transformação radical na natureza do trabalho, que os economistas comparam com a mecanização da agricultura no século passado. No capítulo mais recente dessa reviravolta, está a migração da produção tecnológica para países como a China. “A tecnologia destrói continuamente empregos e continuamente os cria; mas nos últimos anos, a destruição está acontecendo a um ritmo mais rápido do que a criação”, diz Erik Brynjolfsson, economista e diretor do Centro de Negócios digitais do MIT.

Ao mesmo tempo, a transição digital está gerando enormes riquezas e oportunidades. Quatro das companhias mais valiosas dos EUA – Apple, Google, Microsoft e IBM – têm suas raízes na tecnologia. E foi a Apple, mais do que qualquer outra, que desencadeou a revolução dos aplicativos com o iPhone e o iPad. Desde que ela permitiu, há quatro anos, que codificadores free lancers desenvolvessem aplicativos, pagou a essa mão de obra mais de US$ 6,5 bilhões em royalties.

No ano passado, as estatísticas federais mudaram o título e a composição de uma subcategoria de empregos refletindo o predomínio dos aplicativos. E o setor começou a reivindicar o reconhecimento pela contribuição que dá à economia.

Revolução
Um estudo encomendado pelo grupo TechNet concluiu que a “economia dos aplicativos” – que inclui Apple, Facebook, o Android do Google e outras plataformas – foi responsável, direta e indiretamente, pela criação de 466 mil empregos. O estudo usou uma metodologia que pesquisou anúncios online de procura de mão de obra.

Usando a mesma metodologia, a Apple disse este mês que seu negócio de aplicativos gerou 291,2 empregos para a economia americana, de desenvolvedores a motoristas. Esse número aumentou 39% em menos de um ano. Neste meio tempo, o número de desenvolvedores nos EUA que pagam uma taxa anual de US$ 99 para se registrar na Apple aumentou 10%, para 275 mil. Alguns deles têm outros empregos em tempo integral e desenvolvem aplicativos nas horas vagas.

A Apple foi ficando mais confiante na promoção dos benefícios econômicos dos aplicativos à medida que sua própria proeminência no mercado cresceu e suas práticas de negócios passaram a ser fiscalizadas. A companhia não respondeu às perguntas feitas pela reportagem mas enviou um comunicado afirmando estar “enormemente orgulhosa pelas oportunidades que a App Store proporciona aos desenvolvedores de todos os tamanhos”.

Plataforma de emprego 
No início do ano, durante a reunião anual da companhia, o principal executivo, Timothy D. Cook, ressaltou que, há poucos anos, o termo “aplicativo para aparelhos móveis” sequer fazia parte do vocabulário. “Agora, há este enorme segmento de empregos, totalmente novo que antes não existia. A Apple tornou-se uma plataforma de empregos.”

Michael Mandel, o economista que fez o estudo da TechNet, diz que é problemático separar os dados de emprego como a Apple fez. “O sujeito que desenvolve um aplicativo para a Apple no dia seguinte desenvolverá um para o Android. Não podemos somar todas as cifras de cada estudo para obter o total de empregos.

Além disso, para muitos dos desenvolvedores que não trabalham em companhias tradicionais, “emprego” é um termo inadequado. A Streaming Color Studios, uma desenvolvedora de jogos, realizou uma pesquisa nesta categoria no fim do ano passado. Os 252 entrevistados indicaram o que muitos suspeitavam: o universo dos aplicativos é um universo para poucos vencedores. Cerca de 25% dizem ter recebido menos de US$ 200 da Apple até hoje. Outros 25% ganharam mais de US$ 3 mil, e apenas 4% mais de US$ 1 milhão.

Alguns tiveram um enorme sucesso, como o Instagram – o aplicativo de compartilhamento de fotos que em abril foi comprado pelo Facebook por US$ 1 bilhão. Os desenvolvedores sonham com triunfos deste calibre.

Entretanto, a maioria deles ganha dinheiro quando alguém compra ou faz a atualização desses produtos na loja online da Apple, o único lugar onde os consumidores podem comprar um aplicativo para iPhone ou iPad.

A Apple fica com 30% da venda de cada aplicativo. Embora seu relatório sobre criação de empregos alardeie os US$ 6,5 bilhões que a companhia pagou em royalties, ela não fala que cerca da metade deste dinheiro vai para desenvolvedores fora dos EUA. O bolo cresce depressa, mas é menor do que parece.

“Acho que são poucos os desenvolvedores que conseguem sobreviver com seus aplicativos”, disse Jeff Scott, que administra um site de resenha de aplicativos da Apple e acompanha a evolução desta área. O casal Grimes é um bom exemplo disso: já investiu US$ 200 mil nesse negócio e até agora conseguiu faturar com oito aplicativos US$ 4,9 mil.

Fonte: Estadão PME

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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