Adriana perde para russa, mas leva 100ª medalha do Brasil na história
Não bastou quebrar um jejum de 44 anos sem medalhas nos ringues e de garantir o pódio na estreia das mulheres em Olimpíadas.
Adriana Araújo conquistou, nesta quarta-feira, a 100ª medalha do Brasil na história dos Jogos. Um bônus depois de uma derrota controversa diante da vice-campeã mundial, Sofya Ochigava, na semifinal da categoria leve (até 60kg) em Londres.
Ao fim da luta, um abraço apertado. Para a russa, dever de casa cumprido. Para Adriana, uma despedida antecipada mas feliz de uma campanha histórica.
É a primeira medalha do Brasil na modalidade desde Cidade do México 1968, há 44 anos, quando Servílio de Oliveira também foi bronze, no peso-mosca.
– Não sabia que era a centésima medalha do Brasil em Olimpíadas.Vai ser muito comemorada. Vai ter festa na Bahia – conta a pugilista.
Atual vice-campeã mundial, Sofya Ochigava era considerada favorita no combate, especialmente por levar vantagem no confronto direto – venceu a brasileira por 15 a 6 no Mundial da China, neste ano. Poucos minutos antes de entrar no ringue, Adriana viu outra favorita ao ouro, a irlandesa Katie Taylor, tetracampeã mundial, ser ovacionada pela torcida ao garantir vaga na final, com uma vitória tranquila sobre Mavzuna Chorieva, do Tajiquistão, por 17 a 9.
Katie, que também defendeu a seleção de futebol do seu país, vai brigar pelo ouro nesta sexta, às 10h45m (de Brasília). Depois da luta, Adriana enfim vai receber a medalha. No boxe, não há disputa de terceiro lugar, e todos os semifinalistas sobem ao pódio.
Adriana: ‘Temos de lutar contra os juízes’
Disposta a impedir que o mesmo acontecesse em sua chave, a brasileira entrou tranquila, de vermelho, enquanto Ochigava apareceu concentrada, com uma touca rosa.
Adriana tomou o centro do ringue e adotou postura agressiva. A russa, por sua vez, girava para a esquerda e golpeava com velocidade, acertando bons jabs e ganchos. A brasileira tinha dificuldade para encontrar Ochigava, mas conseguiu ainda contragolpear algumas vezes, o suficiente para manter o empate ao final do primeiro round: 3 a 3.
No segundo assalto, Adriana parecia mais rápida e acertou alguns ganchos de esquerda. Ochigava sentiu e agarrou a atleta de vermelho no clinche. Em desvantagem, a russa cresceu na segunda metade e desferiu ganchos e golpes na linha de cintura. Adriana sofreu dois golpes de esquerda no final que fizeram a diferença, Ochigava fez 5 a 3 no round e abriu 8 a 6 na luta.
A brasileira foi ainda mais agressiva no início do terceiro round, e a russa pareceu acuada. O árbitro interrompeu para que o córner brasileiro ajeitasse a camisa de Adriana, mas ela não segurou o ímpeto: acertou um belíssimo gancho de esquerda no reinício. A baiana ganhou confiança e levou a melhor numa troca aberta, acertou mais um direto de direita nos segundos finais. Apesar da aparente vantagem brasileira, os árbitros pontuaram 5 a 3 para a russa, que abriu uma margem confortável de 13 a 9.
No desespero, Adriana foi ainda mais incisiva no último assalto. Nesse ponto, porém, Ochigava estava recuperada e novamente contragolpeou com velocidade. A russa passou a buscar mais o clinche na segunda metade do round e ainda acertou um overhand de esquerda no final para garantir a vitória. Ela venceu o último round por 4 a 2, e a luta por 17 a 11.
– Acho que a pontuação foi injusta. Mas é assim mesmo. No boxe, a gente não luta apenas com nossos adversários, luta também contra os juízes. Mas saio de cabeça erguida. Só o fato de ter chegado aqui, foi muita dificuldade para chegar aqui.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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