Alerta para onda de violência em PE
As execuções de dois policiais, um civil e outro militar, na noite da última terça-feira, na Região Metropolitana do Recife (RMR), levaram a Associação Pernambucana de Cabos e Soldados (ACS-PE) a alertar o Governo do Estado por meio de ofício para a necessidade de proteger mais os profissionais da classe. A mesma atitude pretende tomar, nesta quinta-feira (29), o Sindicato dos Policiais Civis. De acordo com a entidade que representa os PMs, a “notícia de que a vida de um militar estaria custando R$ 5 mil se espalhou como pólvora nos quartéis”. É o que diz um trecho do comunicado da ACS-PE.
Em relação às mortes do comissário aposentado da Polícia Civil Carlos Manoel de Sá, 65 anos, ocorrida no Cabo de Santo Agostinho, e do soldado Elias Gonçalves Miranda, 46 anos, em Igarassu, ambas anteontem, a Secretaria de Defesa Social (SDS) afirmou que os casos não têm ligação com a onda de violência registrada em São Paulo e em outros estados brasileiros. “A denúncia dos fatos e todas as informações da área de inteligência nos levaram a uma conclusão de que não há envolvimento de facção criminosa (na morte de Elias Gomes e Carlos de Sá)”, destaca o comunicado.
Apesar de a SDS entender que a ação deflagrada por facções criminosas contra os policiais de outros lugares do Brasil não está migrando para Pernambuco, o presidente da ACS-PE, Renilson Ramos, disse ter motivos para se preocupar em relação a essa possibilidade. “Temos indícios de que os criminosos que matam policiais de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Norte podem passar a agir aqui também. Ficamos sabendo, extraoficialmente, de que um caminhão carregado de armas vindo do Sul do País com destino ao nosso Estado teria sido apreendido na divisa com a Bahia”.
Renilson ainda apontou fatos que, segundo ele, tornam os PMs pernambucanos vulneráveis à possíveis investidas criminosas. “Existem viaturas circulando com apenas dois policiais, quando o mínimo deveria ser três. Além disso, os motoristas dos oficiais e comandantes de batalhões se deslocam sozinhos. O terceiro e último ponto questionado é o problema de apenas um soldado fazer a Patrulha Escolar em áreas de alto índice de criminalidade”, expôs Ramos.
Na Polícia Civil a situação não parece ser diferente. O presidente do Sindicato que representa os agentes, escrivães e comissários, Cláudio Marinho, disse que a categoria tem demonstrado preocupação. “Diante dos últimos acontecimentos, é preciso que o Estado invista em serviço de inteligência, o que São Paulo não fez. Temos que prevenir, pois, depois do problema instalado, fica mais difícil eliminá-lo. No oficio que vamos mandar amanhã (hoje) à SDS, solicitaremos que se utilizem os bloqueadores de celulares nos presídios para evitar a comunicação dos presos das facções”.
De acordo com a ACS-PE, em 2012, até o momento, 16 PMs foram assassinados em Pernambuco. Em 2011, foram nove mortes. Em relação aos policiais civis, o Sinpol-PE informou que está concluindo o levantamento dos casos de homicídios envolvendo a classe para encaminhar os dados à SDS.
Fonte: Folha-PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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