O diretório nacional do PT adiou novamente o anúncio sobre quem será o candidato a prefeito do Recife. A cúpula, formada por 21 petistas, se reunirá nesta terça-feira (05), a partir das 16h, na sede do diretório nacional, em São Paulo, para deliberar se homologa a candidatura do prefeito João da Costa ou se indica o senador Humberto Costa como nome de consenso. No entanto, diante da expectativa de uma reunião longa, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, agendou para as 15h desta quarta-feira (06), uma entrevista coletiva na qual será oficializado o posicionamento da sigla. Em suma: mais 24 horas de indefinição.

A decisão é mais um capítulo de uma novela iniciada no final de março, quando a corrente petista Construindo um Novo Brasil (CNB), liderada em Pernambuco por Humberto, lançou o secretário estadual de Governo, Maurício Rands, como opção para o partido no Recife. Por orientação da direção nacional, ele abdicou da disputa em favor de Rands, porém João da Costa não abriu mão de sua candidatura, acreditando que pode sair vitorioso na reunião de hoje. Argumenta que o senador não reúne condições para unificar o PT porque não se manteve neutro. Na sua opinião, se a executiva escolher Humberto dará a vitória ao grupo derrotado nas prévias do dia 20 de maio, mas que foram anuladas.

Por 10 votos a três, o grupo considerou que houve irregularidades no processo. A expectativa é que o quórum da reunião de hoje se assemelhe com o daquela data, ou que, no máximo, 16 petistas votem. Pensando nisso, a equipe do prefeito trabalhou ontem o dia todo para convencer parte da executiva a garantir a presença e a votar pela homologação da candidatura do gestor.
Nos bastidores, o sentimento da executiva nacional é de que será preciso uma maioria qualificada para tirar o prefeito da disputa. A cúpula não quer uma votação que demonstre publicamente o racha no partido, ou seja, uma diferença de um ou dois votos. “Hoje nenhum lado tem maioria folgada. O lado que faltar menos gente, deve levar a disputa. É impossível prever”, relata uma fonte petista, em reserva. Acredita-se que, durante a votação, quando for perceptível o acirramento, alguém levante a hipótese de um acordo.

ARTICULAÇÕES
Ontem, a tropa de choque do prefeito realizou diversas articulações em São Paulo. Pela estratégia combinada ainda no Recife, o ex-presidente estadual do PT, Jorge Perez, o ex-secretário-geral do partido no Recife, José de Oliveira, e o integrante do diretório estadual, Aloizio Camilo, se reuníram com integrantes do diretório ligados à corrente Construindo um Novo Brasil (CNB). Embora a ala de Humberto Costa tenha dez representantes na executiva, nacionalmente, teria divisões. Perez e Oliveira, inclusive, abriram um racha na corrente no Estado, mas continuam vinculados a ela no âmbito nacional.

Por sua vez, o também integrante do diretório estadual, Gilson Guimarães, mobilizou os integrantes da tendência PT de Lutas e Massas (PTLM), enquanto o deputado federal Fernando Ferro trocou figurinhas com correligionários do Movimento PT e da Militância Socialista. Já o presidente municipal, Oscar Barreto, teve conversas com seu grupo, a Democracia Socialista.

Uma icógnita levantada nos bastidores é quando à postura da única integrante da Articulação de Esquerda, a secretária nacional de Relações Institucionais, Iole Ilíada. Como a corrente sempre se posicionou contra intervenções, muitos veem como complicada a situação, já que o vereador Múcio Magalhães apoiou Rands nas prévias. Porém, o grupo de João da Costa espera por votos – ou ausências – no grupo da CNB, o que fragilizaria as chances de Humberto.

Fonte: Folha PE

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)