Apesar da proibição da Anvisa, elementos tóxicos são usados na produção de raticida
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
Desde o mês de outubro, o órgão regulador decidiu proibir a venda do aldicarbe, um ingrediente de controladores de pragas agrícolas. A substância podia ser usada somente como inseticida em algumas plantações, mas acabava convertida para pequenos grãos na cor grafite, originando o exterminador de ratos. No entanto, como os agrotóxicos à base do aldicarbe já tinham restrições de venda, tendo apenas uma variedade – o Temik 150, da Bayer – disponível legalmente no comércio, os fabricantes clandestinos partiram para o uso de substâncias como o carbofuran e o terbufós, mais baratas e de ação mais rápida.
É o que explica o gerente geral da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Jayme Brito, que garante que a falsa sensação de eficiência demonstrada pelo chumbinho mais agressivo só aumenta o perigo para os seres humanos. “Os roedores vivem em comunidade, de maneira que apenas um deles experimenta a comida envenenada, morre imediatamente e isso faz com que os outros não caiam na armadilha. Por outro lado, se envenenada, a pessoa pode vir a óbito ainda mais rápido porque os médicos até sabem como lidar com o chumbinho à base de aldicarbe, mas quanto a essas outras substâncias, o tratamento de urgência fica mais difícil”, alerta.
Conforme dados da Anvisa, quase 60% dos oito mil casos de intoxicação por chumbinho ocorridos todos os anos no Brasil são ligados, especificamente, à produção baseada no aldicarbe. Em Pernambuco, os números relativos aos elementos mais perigosos ainda são incertos, mas se refletem num dos casos mais emblemáticos registrados nos últimos anos: o envenenamento de quatro crianças, em 2008, durante uma festa de aniversário no Barro, Zona Oeste do Recife. Duas delas morreram.
“Naquele caso, verificamos a presença de substâncias ainda mais letais que o aldicarbe no material que envenenou as crianças. Na ocasião, até lançamos uma campanha de combate à comercialização do chumbinho. E agora, essa medida da Anvisa não nos deixa baixar a guarda para qualquer substância que dê origem a esse produto”, complementa Jaime Brito.
Apesar de cada vez mais velado, o comércio do raticida granulado clandestino ainda existe nos mercados da periferia, garante o gerente geral da Apevisa. Já numa rápida passagem pelo Centro do Recife, a equipe de reportagem não encontrou o produto à venda no Mercado de São José e no entorno. Na rua da Praia, os únicos exemplares vendidos eram regulamentados. As embalagens continham os itens recomendados, como nome do fabricante, medidas de precaução e um telefone de emergência.
SAIBA MAIS
Uso ilegal
O chumbinho, fabricado a partir de substâncias de uso exclusivo em lavouras, é utilizado ilegalmente para envenenar roedores e até para provocar abortos, homicídios e suicídios. A intoxicação pode ocorrer por ingestão, por inalação ou até por contato com a pele.
Sintomas
Há a ocorrência de náuseas, falta de ar, contração da pupila, dor abdominal, suor, salivação excessiva, diarreia e taquicardia. Podem aparecer em menos de uma hora após a intoxicação.
Socorro
Internação imediata. A Anvisa também disponibiliza o Disque-Intoxicação, por meio do número 0800.722.6001.
Denúncia
Para denunciar a comercialização do produto, basta enviar e-mail para [email protected] ou [email protected]. O crime é hediondo, podendo culminar em pena de 10 a 15 anos de cadeia para o infrator.
Alternativas
Quem quiser exterminar uma praga de ratos em seu domicílio, pode adquirir raticidas legalizados em casas de produtos veterinários ou contar com programas das secretarias municipais de saúde.
Fonte: Anvisa
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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