Árabes e europeus aumentam pressão e retiram embaixadores da Síria

Manifestantes se reuniram em frente a emaixada síria no Catar para protestar contra Rússia (AP)Enquanto a ofensiva contra oposicionistas agrupados na cidade de Homs, na Síria, continua pelo quinto dia consecutivo, países árabes e europeus aumentaram a pressão contra o regime do presidente Bashar Al-Assad nesta terça-feira e convocaram de volta seus embaixadores no país.

Por meio de um comunicado divulgado nesta terça-feira, os seis países-membros do Conselho de Cooperação do Golfo, que inclui Arábia Saudita, Catar e os Emirados Árabes Unidos, anunciaram estarem convocando seus embaixadores na Síria em protesto contra a violência no país.

“Os membros (do Conselho de Cooperação do Golfo) decidiram retirar imediatamente seus embaixadores da Síria e solicitar ao mesmo tempo que todos os embaixadores do regime sírio saiam imediatamente”, diz o comunicado.

Os países do grupo afirmaram ainda que “não há motivos para permanecer (com embaixadores em Damasco) depois de o regime sírio ter rejeitado todas as tentativas (de negociação) e ter abortado todos os honestos esforços árabes para resolver a crise”.

O documento ainda classifica a violência que já perdura por 11 meses na Síria como “massacre em massa” e pede que os países da Liga Árabe adotem “medidas decisivas” nas próximas semanas.

Países europeus como França, Itália, Espanha, Bélgica, Grã-Bretanha e Holanda também convocaram seus embaixadores em Damasco para consultas, assim como os Estados Unidos, que anunciaram na última segunda-feira o fechamento de sua embaixada na Síria.

Rússia

Do outro lado dos esforços diplomáticos para encontrar uma solução para a crise na Síria, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse nesta terça-feira, em visita a Damasco, que o presidente sírio, Bashar al-Assad, está “totalmente comprometido” com o fim dos confrontos no país e pronto para dialogar com todas as forças políticas.

Lavrov fez as declarações depois de uma reunião com o presidente sírio, na capital, Damasco.

A visita do ministro russo ocorre dias depois de a Rússia e a China terem vetado uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que criticava a repressão e violência do governo sírio contra manifestantes, o que provocou críticas de países ocidentais e de grupos de defesa dos direitos humanos.

O ministro do Exterior russo também afirmou que Assad vai anunciar em breve uma data para um referendo sobre a Constituição do país.

“Nós confirmamos nossa prontidão para agir em favor de uma solução rápida para a crise baseada no plano apresentado pela Liga Árabe”, disse Lavrov, que se referia a um plano proposto pela Liga Árabe no início de novembro.

Ainda assim, Lavrov não deu indicações de que a Rússia apoie o recente pedido por parte da Liga Árabe para que Assad renuncie e que um vice assuma o poder.

“A Síria está informando à Liga Árabe que está interessada na continuidade dos trabalhos da missão da Liga e também ao aumento da missão em termos de quantidade (de participantes)”, disse ainda Lavrov

A Liga Árabe enviou uma missão de observadores para a Síria em dezembro, mas eles suspenderam a missão no final de janeiro, em meio ao aumento da violência no país.

Ataque a Homs

A visita de Lavrov à Síria ocorre simultaneamente a ataques das forças do governo contra a cidade de Homs, um bastião da insurgência contra Assad.

Bashar al-Aassad (esq.) e Sergei Lavrov em Damasco (Retuers)Segundo o repórter da BBC Paul Wood, um dos poucos jornalistas estrangeiros na cidade, o Exército sírio retomou os ataques com morteiros e disparos de metralhadoras pesadas logo ao amanhecer.

Wood informou ainda que tanques de fabricação russa foram vistos perto do centro da cidade, mas ainda não há sinais de um ataque terrestre, algo temido por muitos moradores de Homs.

Centenas de pessoas morreram na cidade desde sexta-feira, segundo ativistas e testemunhas.

O governo sírio – que vem combatendo uma onda de revolta contra o regime de Assad desde março – diz estar lutando contra gangues armadas apoiadas por estrangeiros. No entanto, milhares de soldados desertaram e passaram para o lado rebelde, formando o Exército da Síria Livre.

O ativista Mohammed al-Hassan disse em Homs que o bombardeio desta terça-feira foi mais focado no bairro de Baba Amr, onde grande parte da insurgência armada se concentra.

“Não há eletricidade e todas as linhas de comunicação com a vizinhança foram cortadas”, disse ele.

Fonte: Agência Brasil

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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