Atirador do Colorado comparece à audiência de tribunal dos EUA
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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De olhos arregalados ou, por vezes, quase fechados, com expressão ora aturdida, ora impassível e cabelos de cor laranja avermelhada, James Eagan Holmes, de 24 anos, o atirador que matou 12 pessoas e feriu outras 58 na pré-estreia do filme “Batman – O Cavaleiro das Trevas ressurge”, em Aurora, no Colorado, compareceu nesta segunda-feira à primeira audiência judicial sobre o caso. E seu comportamento contribuiu para manter o mistério sobre a motivação do crime e o seu estado mental, os dois aspectos que devem se tornar pontos-chave em um julgamento que pode terminar em pena de morte para o ex-estudante de um programa de doutorado em Neurociência.
Algemado nos pulsos e nos tornozelos, com um macacão vinho, Holmes parecia grogue e precisou do empurrãozinho de um dos advogados de defesa para levantar quando William Sylvester, juiz da corte distrital do condado de Arapahoe, entrou no tribunal. Nas diversas ocasiões em que o juiz fez perguntas diretas ao acusado, as respostas foram dadas pelos advogados.
Cerca de 40 familiares das vítimas acompanharam a audiência, que durou apenas 15 minutos e serviu basicamente para orientar o acusado sobre seus direitos ao longo do processo e para a defesa obter autorização para visitar o apartamento de Holmes e o cinema Century 16, onde ocorreu a matança. O pai de uma das vítimas se sentou na primeira fileira e encarou o acusado durante toda a sessão.
A defesa do atirador ficou a cargo do chefe da defensoria pública da região, James O’Connor. Desde que foi preso na madrugada da última sexta-feira, logo após o crime, Holmes permanece em uma solitária no Centro de Detenção do Condado de Arapahoe para evitar que se torne alvo de ataques de outros detentos.
A acusação deve ocorrer na próxima segunda-feira e ele deve ser indiciado por homicídio qualificado. A promotora responsável pelo caso, Carol Chambers, disse que consultará as famílias para determinar se tentará obter a pena de morte, uma decisão que pode ser tomada até 60 dias após a denúncia, mas que é considerada praticamente certa por especialistas. Dos três condenados que estão no corredor da morte no Colorado, dois foram processados por Carol.
De acordo com o ex-promotor de Denver Craig Silverman, o crime cumpre os requisitos da legislação de pena de morte do estado, incluindo premeditação, múltiplas vítimas e a morte de uma criança:
– Se ele não for executado, o Colorado pode jogar fora a legislação de pena de morte.
Para especialistas, o único recurso viável para a defesa de Holmes é adotar como estratégia a alegação de insanidade mental.
– Existem alguns crimes, cuja própria natureza simplesmente grita ‘maluco’. Este é um desses casos – disse o advogado David Lane, que já representou 25 réus em casos com pena de morte, ao “Denver Post”, lembrando que a definição legal de insanidade significa falta de habilidade para distinguir o certo e o errado no momento do crime.
Debate de falta de controle de armas volta à tona
Em San Diego, onde vivem os pais de Holmes, Lisa Damiani, uma advogada contratada pela família, disse que Arlene Holmes, mãe do atirador, foi mal-interpretada pela imprensa. Na sexta-feira, ela disse a uma equipe da ABC: “Vocês estão com a pessoa certa”. Nesta segunda-feira, a advogada disse que a frase se referia a ela mesma, e não ao filho. Damiani não deu informações sobre o paradeiro da família.
O caso de Holmes trouxe de volta o debate sobre a falta de controle na compra de armas e munição nos EUA. Com poucos cliques no teclado, sem qualquer fiscalização das autoridades ou checagem de antecedentes, o atirador conseguiu comprar 6 mil cartuchos de munição pela internet, gastando o equivalente a US$ 3 mil em poucos meses.
As limitadas restrições existentes estão em vigor apenas em estados como Illinois, Massachusetts e Nova Jersey e em cidades como Los Angeles e Sacramento.
No início do mês passado, Holmes encomendou um colete à prova de balas em um site chamado Tactical Gear.
– Penso que isso indica o senso de urgência e mostra premeditação – disse Chad Weinmann, presidente da empresa, ao “New York Times”.
No programa “This Week”, da ABC, o comissário de polícia da Filadélfia, Charles Ramsay, defendeu um controle maior sobre compras e vendas.
– Nada acontece porque muitos legisladores no nível federal infelizmente não têm a coragem de fazer alguma coisa.
Uma lei destinada a regular as vendas de munição pela internet foi apresentada ao Congresso em 1999, mas nunca foi adotada. Em ano eleitoral, com a Câmara controlada por republicanos que costumam apoiar direitos de proprietários de armas, nem mesmo o massacre parece capaz de colocar esse tema sensível na agenda de Washington.
Fonte: O Globo
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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