Barragens deverão aliviar situação de cidades cortadas por rios em PE
Depois da cheia que, há dois anos, destruiu escolas, hospitais, casas e pontes na Mata Sul de Pernambuco, o governo do estado está construindo barragens para tentar conter a força das águas e evitar novas enchentes na região. Esse é o assunto da quinta reportagem da série exibida no NETV 2ª Edição.
Cinco barragens serão construídas. A de Serro Azul é a mais importante, porque vai regular a descida da água do maior rio da região, o Una, e, consequentemente, proteger Palmares, Água Preta e Barreiros. “Essa barragem é composta por um vertedouro de crista: quando a água chegar num determinado nível, ela vai verter e segurar a água que vai chegar durante a cheia. Vai barrar cheias que poderão existir num prazo de 100 anos, por exemplo. Essa água vai ser liberada dentro da capacidade de suporte da calha do rio, depois da barragem”, explica Jano Teixeira, engenheiro fiscal da Secretaria de Recursos Hídricos.
As barragens de Gatos, em Lagoa dos Gatos, e de Panelas, no município de Cupira, estão em fase de avaliação do solo, de acordo com a Secretaria. As três devem ficar prontas até o meio do ano que vem. Outras barragens – a de Igarapeba, em São Benedito do Sul, e a de Barra de Guabiraba – deverão ficar prontas até setembro de 2013, ainda segundo a Secretaria.
Enquanto isso, na cidade de Barreiros, uma das mais prejudicadas pelas chuvas, os moradores perderam cinco pontes e esperam pela reconstrução delas. As barcas viraram transporte coletivo e são objeto de atenção constante dos bombeiros. Essa foi a solução encontrada depois que a Ponte de Baeté foi levada pela cheia. “Às vezes a gente tem que dar três ou quatro viagens na rua; quando é de noite, a gente está muito cansado, subindo isso aqui e descendo”, diz o trabalhador rural Gilvan José Gouveia.
O Rio Una, que foi o maior vilão da Mata Sul durante as enchentes, tem 290 quilômetros de extensão e corta 42 municípios. Ele separa a cidade, que fica dividida em duas metades, com comunidades isoladas. No caso de Barreiros, o que complicou ainda mais a situação foi o Rio Carimã, que, assim como o Una, também cresceu e inundou o centro. A primeira obra em Barreiros começou – a da Ponte Maria Amália. Uma passarela, inaugurada há aproximadamente quatro meses, tem sido a salvação para quem precisa ir de um lado a outro da cidade.
Em Palmares, o Una mostrou sua força sem separar ricos de pobres, imóveis comerciais de residenciais. Os moradores reconstruíram o que julgaram valer a pena. A igreja, por exemplo, que fica às margens do rio, vai precisar ser retirada de lá, por causa das novas obras. “Essa área seria de derrocagem, que é o espaço necessário para o alargamento das margens do rio. Isso é necessário mesmo com a implantação das barragens, porque é um ponto de preservação permanente, onde temos a mata ciliar, numa área de aproximadamente 30 metros de extensão”, explica o capitão Fábio Rosendo, da coordenadoria de Engenharia da Casa Militar de Pernambuco.
Muitos prédios ficaram em ruínas quando a água baixou, dois anos atrás. Mas há material de demolição na beira do rio que é novo: mais de cem imóveis comerciais, cujos proprietários já haviam enfrentado várias enchentes, foram removidos do local, e não podem mais voltar. Um dos lados da Avenida José Américo de Miranda será transformado numa área de lazer de um quilômetro e cem metros.
Fonte: G1 PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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