Daqui a dois anos, se tudo ocorrer bem, a Basílica da Penha, localizada no bairro de São José, Centro do Recife, voltará a receber as missas. A informação, que leva para os frequentadores do espaço um ar de desconfiança pela morosidade com que está sendo realizada a restauração, foi repassada sexta-feira (31) pelo reitor da Basílica, frei Luis de França. Na oportunidade, o sacerdote abriu as portas do templo para mostrar o andamento das obras aos fiéis e ao governador Eduardo Campos. Além disso, aproveitando o momento, Luis de França apresentou detalhes de toda a restauração.

De acordo com ele, as obras da primeira etapa da reforma começaram em janeiro de 2008 e foram finalizadas somente abril deste ano. Nesse período, intervenções como a pintura de todo o espaço e a recuperação do telhado, instalação elétrica, púlpitos, cúpulas, imagens, portas e paredes foram realizadas. “Abrimos hoje (ontem) exatamente para proporcionar uma visita pública para mostrar o resultado desta primeira etapa”, explicou frei Luis de França, acrescentando que a última etapa começará tão somente após a aprovação da primeira fase por parte do Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).

“Estamos finalizando a prestação de contas da primeira etapa para enviar ao BNDES. Mas isso não impede que a direção da Basílica encaminhe o projeto da segunda fase”, explicou o superintendente do Iphan, Frederico Almeida. Ainda segundo frei Luis de França, a nova etapa da restauração, avaliada em R$ 3,2 milhões, consistirá em intervenções na parte central da basílica. “Nesta parte falta restaurar a nave central, complementar os ornamentos, recuperar os capitéis, os forros e os afrescos. Além disso, todos os altares laterais e as imagens”, relatou o sacerdote

Para os fiéis, a desconfiança, em meio à admiração pela reforma, é grande. “Está ficando muito bonita a basílica, só que está demorando muito”, comentou Sônia Granja Barbosa, 71 anos. “A expectativa era grande para ver como estava. Realmente está muito bonita. Têm coisas que eu não tinha notado antes e agora estou observando”, falou o vendedor Genivaldo José de Barros, 42. “Espero estar viva para ver ainda a basílica totalmente aberta e poder relembrar o tempo em que vinha para cá toda sexta-feira rezar após a escola”, concluiu a aposentada Marinete Maria dos Santos, 83.

As obras da primeira fase da Basílica da Penha aconteceram com recursos da Lei Rouanet (Governo Federal), com apoio dos governos Estadual e Municipal. Juntas, as empresas privadas como o Bando Nacional do Desenvolvimento (BNDES), Oi Futuro e Casas Cabus desembolsaram R$ 3,7milhões. O Governo do Estado e a Prefeitura do Recife entraram com quase R$ 1,1 milhão.

MUSEU
Em virtude de problemas com alguns suportes, fotografias e objetos da exposição, o Museu Dom Vital, localizado na basílica, não foi inaugurado como previsto na sexta-feira. De acordo com o frei Luis de França, alguns objetos que irão compor a exposição foram danificados ao serem transportados para o templo. Com isso, até o final do ano o espaço cultural e religioso será inaugurado.

Fonte: FolhaPE

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