Biocombustíveis enfrentam grave crise
Ao longo desses seis anos, o Fórum alcançou uma dinâmica própria e foi incorporado definitivamente ao calendário das discussões do setor e das energias renováveis no Brasil. “Ele começou de maneira muito despretensiosa, até modesta, com o objetivo de inaugurar um debate sobre as energias renováveis fora do Centro-Sul.
Foi ganhando adesão, participação, qualificação. Importantes pessoas do setor passaram a participar ativamente dele”, contou o presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro. De acordo com Monteiro, a 6ª edição do Fórum acontece em um momento de extrema importância para o segmento.
“Nós estamos vivendo uma crise aguda, sobretudo no setor do álcool carburante (etanol). Há uma crise clara de identidade, de escala de produção.
Os carros flex estão aí, mas mesmo assim o etanol perdeu a sua competitividade na bomba (do posto de gasolina), devido à política de desoneração da gasolina, que o onerou. Uma medida que vai na contramão, pois se desonera o combustível sujo, enquanto se onera o combustível limpo”, explicou.
Para o presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, essa política é controversa. “No plano estadual, as políticas tributárias de competitividade são adequadas. No entanto, no ambiente federal, estamos enfrentando uma fase aguda de dificuldades concorrenciais com os combustíveis fósseis, já que o governo tem desonerado os tributos que incidem sobre eles.
Essa matriz energética, inclusive, vem sendo preenchida com importações”, disse. Segundo ele, é preciso que ocorram políticas federais indutoras. “Elas precisam estabelecer regras e normas com maior previsibilidade para consumidores, distribuidores e produtores”, afirmou.
Renato Cunha disse ainda que o primeiro passo para a superação da crise vivenciada pelo etanol é a garantia da isonomia dos biocombustíveis em relação aos combustíveis fósseis. Solucionar a questão é imprescindível, já que o setor é de grande importância para a economia nacional. “A indústria de cana-de-açúcar, através do etanol, desde 1975, na época do Proálcool, vem economizando divisas para o País, efetuando abastecimento no mercado interno.
O pioneirismo do Brasil com o etanol gera mais de um milhão de empregos diretos, ativa uma indústria de bens de capital, com equipamentos feitos no País. Além disso, o cluster da cana-de-açúcar gera renda em vários municípios, fazendo uma agroindústria cada vez mais sustentável”, afirmou.
Fonte: Folha PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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