Está marcado para as 14h de hoje, na capela da Paróquia Anglicana Emanuel, em Olinda, o ofício fúnebre do bispo da Igreja Anglicana dom Robinson Cavalcanti e de sua esposa, Miriam Cavalvanti. O velório, iniciado na manhã de ontem, foi marcado pelo clima de comoção e por orações. Centenas de pessoas, entre fiéis, sacerdotes, amigos e políticos com quem o bispo anglicano trabalhou estiveram presentes ao tempo, que permaneceu aberto durante todo o dia. Por duas vezes, pastores conduziram cerimônias de despedida.

A cerimônia fúnebre celebrada hoje será presidida pelos bispos eleitos da Diocese do Recife, Evilásio Tenório e Flávio Adair, e concelebrada por pastores. Após o culto, o casal será sepultado no Cemitério Morada da Paz, em Paulista.

Investigação – Enquanto isso, a polícia prossegue nas investigações sobre o assassinato do casal. Segundo as investigações, Eduardo Olímpio Cotias Cavalcanti, de 29 anos, principal suspeito de matar o pai, o bispo Robinson e a nãe, a professora Miriam, tinha um plano de assassinatos em série com prazo para ser concluído: 8 de março. Era nesse dia que ele pretendia voltar ilegalmente para os Estados Unidos, entrando pelo México.

Até lá, dez pessoas seriam mortas. Matar, aliás, era algo que Eduardo já estaria acostumado a fazer. Segundo a Polícia Civil, uma testemunha que prestou depoimento, ontem, no DHPP, disse que ouviu o próprio suspeito afirmar que já tinha acabado com a vida de muita gente nos Estados Unidos. Lá, ele teria esfaqueado pessoas, assim como fez com os pais, e jogado pedaços de corpos num contêiner.

A lista com os nomes das próximas vítimas de Eduardo no Brasil e a descrição de como seriam praticados os crimes foi encontrada, no último domingo, num caderno escrito pelo suspeito. A denúncia foi feita ao Diario por um dos alvos, uma jovem de 18 anos, que há três recebia assistência dos pais de Eduardo, o que provocava ciúmes no filho adotivo. No dia do crime, embriagado, o suspeito chegou a comentar com a jovem que não gostava do pai por tê-lo abandonado nos Estados Unidos por 13 anos. A polícia aguarda a alta médica de Eduardo, que está internado no Hospital da Restauração, para colher seu depoimento. Enquanto isso, deve ir à casa de praia da família, em Alagoas, onde o suspeito passou os primeiros dias desde que voltou ao Brasil.

Ontem pela manhã, no velório de Robinson e da mulher, na Paróquia Anglicana Emanuel, em Olinda, estiveram presentes as duas irmãs que recebiam ajuda do casal. Miriam, que foi professora de uma delas, solicitou a guarda das duas depois de saber que elas sofriam maus-tratos na casa da tia, onde viviam até serem encaminhadas ao Conselho Tutelar. Com a guarda provisória autorizada, as meninas começaram a morar na casa do pastor e da mulher. Há dois meses, passaram a viver numa residência próxima, alugada pelo casal. Só conheceram Eduardo quando ele voltou do Brasil. “No domingo, ele entrou bêbado na minha casa e perguntou se eu gostava do pai dele. Disse que sim. Ele contou que era revoltado por ter ido para os Estados Unidos. Demonstrou ódio”, contou a jovem de 18 anos que viu, à noite, seu nome na lista das pessoas que seriam mortas.

Na vizinhança, o assunto gerou comentários. Nos dias que antecederam o crime, Armando Luna, 29, um mexicano que mora na casa em frente a do casal, conversou com Eduardo, em inglês, que relatou parte do plano de vingança. “Ele voltou para matar algumas pessoas. Pretendia fazer isso até o dia 8. Depois iria voltar para os EUA de forma ilegal. Expliquei que seria difícil pelo México, como ele queria, mas ele iria tentar”, disse. Segundo o vizinho, ele também chegou a dizer que fazia parte da facção criminosa Mara Salvatrucha, que age nos Estados Unidos e América Central. O grupo é especializado em tráfico de drogas, extorsão e extermínio. “Ele queria comprar uma metralhadora e sair matando muita gente. Disse ainda que fugiu para não ser deportado para o Brasil”, completou Luna.

Fonte: Diario de Pernambuco

 Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)