Brasil estuda interromper acordo automotivo com o México
O forte crescimento das importações de automóveis, partes e peças do México leva integrantes do governo a defender a interrupção unilateral do acordo automotivo do Brasil com aquele país, que permite importações sem o recente aumento de 30 pontos percentuais no IPI (Imposto sobre Produtos Importados).
O assunto vem sendo discutido com o governo daquele país e chegou a fazer parte de conversas informais entre diplomatas brasileiros e mexicanos durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.
“O assunto está em discussão no governo”, confirmou a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, ao lhe perguntarem sobre a possível revisão do acordo, noticiada pelo jornal “O Estado de S.Paulo”.
O Brasil manteve superávit no comércio de produtos automotivos com o México até 2008, quando passou a ter déficits crescentes. No ano passado, as compras de automóveis fabricados no México cresceram quase 40% e as vendas de carros brasileiros àquele mercado caíram na mesma proporção.
O déficit, de quase US$ 550 milhões em 2010, elevou-se para pouco menos de US$ 1,7 bilhão em 2011, antes mesmo da entrada em vigor do IPI maior que discrimina produtos importados, a não ser os originados da Argentina, Uruguai e México, com quem o Brasil tem acordos de comércio.
A ideia de romper unilateralmente o acordo, defendida por integrantes da equipe econômica, não é consensual no governo brasileiro, embora o governo mexicano já tenha sido alertado para o interesse em renegociar os termos do acordo, inserindo algum tipo de limitação nas importações originadas daquele país.
Procurada pelo Valor, a Embaixada do México não quis se pronunciar sobre o assunto.
Fonte: Folha.com
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Nenhum comentário