Ao passo que ganha destaque econômico e irá sediar grandes eventos internacionais, o Brasil não só desponta na cena mundial como um país em constante desenvolvimento, como também chama a atenção de grupos hackers que promovem ataques por todo o mundo. Para uma nação que não conhecia essa prática, vários episódios ocorridos no ano passado evidenciaram a necessidade das empresas privadas e do Governo Federal voltarem a atenção às condições de segurança da informação no Brasil.    

“A intensa onda de ataques, no ano passado, tanto a sites de ministérios, como a empresas públicas e privadas, demonstraram a fragilidade do sistema brasileiro”, comentou o CEO da Future Security, empresa especializada em serviços de proteção de dados, Rafael Sampaio, destacando a necessidade de rever as ações de segurança nessa área. “Se vai acontecer algo, ninguém sabe. Mas, há uma probabilidade grande, até porque já há atividades no País. É preciso tomar as devidas precauções”, acrescentou.

Os alertas de que o Brasil pode ser um novo alvo de ataque hacker, segundo o consultor do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), Rodrigo Assad, já é antigo. “O FBI já gerou esse alerta há cerca de dois anos”, disse o especialista. Assad afirma que isso acontece em detrimento da migração da atuação desses grupos do leste europeu para a América do Sul. “Por conta do desenvolvimento do nosso continente é provável que o foco mude e o Brasil, nesse cenário, é principal país”, completou. 

Em relação a outros países na mesma situação, o Brasil está atrás no desenvolvimento de soluções na área. “No Bric, o Brasil é o que só está se preparando para isso agora. A China e a Índia já têm um sistema de proteção há muito tempo. Nós estamos trabalhando nisso há mais ou menos um ano e meio”, colocou. Rodrigo Assad prefere encarar esse engajamento mais recente de forma otimista, considerando que os responsáveis por isso já entenderam que a segurança da informação é importante para o desenvolvimento do País. 

Para Sampaio, mesmo considerando que a condição da segurança da informação no Brasil tenha aumentado, ela está aquém da adequada. “Muitas empresas fazem segurança de forma obsoleta, com muitas vulnerabilidades, não têm quantitativo de pessoal adequado e capacitado para a função. Muita coisa boa já foi feita, mas, a insegurança tem andado mais rápido do que as empresas têm se mobilizado”, explicou o especialista, que lamenta o fato de muitas entidades não focarem nesse setor.    

A tríade pessoas, processos e tecnologia, segundo Rafael Sampaio, são os elementos que devem ser combinados para garantir um sistema de segurança da informação eficaz. “As empresas se especializaram em processos, mas ainda enfrentam muita dificuldade de operacionalizar esses sistemas”,explicou o CEO da Future Security. Ele acredita que a terceirização desse serviço pode ser uma boa saída tanto para grandes como pequenas empresas que precisem de uma assessoria nessa área.    

Questionado sobre a situação da segurança da informação no País, durante sua visita ao Recife, quando ainda estava no posto de ministro da ciência, tecnologia e inovação, Aloizio Mercadante, comentou da importância de proteger os dados guardados na rede. “Hoje, 30% do sistema financeiro está na internet, assim como os sistemas de semáforo e tantos outros. Ainda há áreas muitos sensíveis, mas o Exército está criando o Centro de Defesa Cibernética e estamos participando de muitas jornadas”, comentou.

Mercadante adiantou que os trabalhos de proteção estão sendo desenvolvidos para impedir ataques e garantir um restabelecimento rápido do serviço. No entanto, pontuou que é importante diferenciar a juventude do software livre, que deseja mais transparência, do hacker. “Com o primeiro grupo específico, o ministério quer dialogar. É preciso separar esses grupos”, garante o ministro que trabalha na informatização de todos os dados da pasta.

Fonte: Folha PE

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)