Brasileiro que teria sido agredido na Espanha nega que possuísse faca

O maestro pernambucano Israel de França, que denunciou ter sido vítima de agressões por parte da polícia da Espanha, negou que estivesse bêbado e portasse uma faca quando foi retirado de um bar na cidade de Granada. Essa foi a versão da polícia espanhola, divulgada por dois jornais locais, esta semana, e reafirmada em nota pela embaixada da Espanha no Brasil, nesta sexta-feira (28). Segundo o documento, os policiais teriam sido chamados para conter uma briga entre um cliente e o músico, que estaria em estado de embriaguez. “Nada disso aconteceu. Não houve discussão. Inclusive, quando eles chegaram, o garçom disse que não tinha nenhum problema, mesmo assim eles começaram a me expulsar, colocar eu e meu amigo para a rua”, contou Israel de França por telefone à reportagem do G1, nesta sexta-feira.

Na nota, o embaixador da Espanha no Brasil, Manuel de la Cámara Hermoso, afirma que as motivações racistas alegadas por Israel seriam uma acusação injusta, pois o maestro mora no país há 22 anos e nunca tinha tido nenhum problema do tipo. A embaixada informa ainda que França está recebendo toda a assistência consular necessária neste caso.

Sobre as supostas agressões, o embaixador afirma que a polícia teria solicitado ao artista um documento de identidade, mas ele haveria se recusado a apresentá-lo. Após retirar os dois do bar, a versão policial é de que teria sido descoberta, na mochila do músico pernambucano, uma arma branca. A policia também nega ter agredido o violinista, mesmo ele tendo supostamente resistido às autoridades e insultado-as.

Dois jornais da cidade – Granada Hoy e Ideal – publicaram a reportagens informando a versão da polícia, de que em nenhum momento houve agressão por parte dos quatro policiais que foram até o bar, e que eles teriam sido insultados por Israel de França e pelo amigo dele. O Ideal informou ainda que arma branca encontrada pelos agentes seria uma faca. “É impossível. Eu iria levar uma arma branca para quê? A minha vida inteira eu levei um violino nas costas, qual seria a necessidade de eu levar uma arma branca? Se eles estão dizendo isso, vão ter que tirar minhas digitais para provar”, protestou Israel.

O maestro afirmou estar triste com as acusações da polícia espanhola, e acredita que é natural que a corporação tente se defender. “Estou chateado, são denúncias muito fortes e doem mais do que os tapas que eu levei na cara. Querem acabar com a minha reputação”, contou.

O artista disse estar recebendo apoio do governo brasileiro e de Pernambuco. “Todos estão acompanhando a história, se informando, para verificar o caso. É tudo muito recente, as coisas estão em andamento”, disse. Na quinta (27), o músico se reuniu com o cônsul-geral adjunto do Brasil, Cícero Garcia, que pôde, pessoalmente, escutar o brasileiro e também se reunir com a chefia da polícia e com o prefeito de Granada, para formalizar o pedido do governo brasileiro para que seja feita uma investigação abrangente do caso.

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, divulgou nota nesta sexta-feira (28) informando que pediu ao secretário de Governo, Milton Coelho, e ao ministro Antônio Patriota para pedir providências. Eduardo Campos assinou uma carta pedindo providências ao Ministério das Relações Exteriores.

No Recife, na tarde desta sexta, houve uma reunião entre um grupo de artistas, pessoas sensibilizadas com a história de Israel de França e representantes do governo de Pernambuco, para pedir que medidas sejam tomadas em relação ao caso. “Fiquei muito feliz com esse ato. Todos estão acompanhando a história e estão solidários, a meu favor”, pontuou o músico.

Entenda o caso
Israel de França rege a Orquestra da Câmara da Granada, cidade onde vive há 22 anos. Na segunda-feira (24), ele afirmou ter sido agredido por policiais enquanto estava num bar com um amigo brasileiro, no domingo (23). De acordo com Israel, o amigo, de cor branca, foi liberado em seguida. Ele foi levado pelos policiais para o prédio de uma delegacia nas proximidades do bar, onde teria sido espancado sem justificativa.

Por telefone, ele disse que pode haver muitas explicações, mas acredita em uma hipótese em especial. “Pode ser perfeitamente racismo ou preconceito. Pode ser pela minha cor, porque o outro rapaz não foi espancado”, pontuou.

O músico já havia sofrido preconceito ainda adolescente, morando no Recife. Na década de 1980, ele correu para pegar um ônibus com um violino na mão quando foi abordado por policiais. Os agentes exigiram a prova de que ele soubesse tocar o instrumento. “Toquei ‘Jesus, alegria dos Homens’, de Bach”, relembrou.

Israel não acredita que os dois casos tenham alguma relação. “Aqui foi diferente. Aí não me pegaram, não me espancaram. Aqui não; nem os documentos no momento eles queriam”, conta o músico.

História
Em 1982, Israel de França fez sua estreia como solista de violino em uma apresentação com a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Teatro de Santa Isabel, no Recife. Depois, viajou para São Paulo, onde trabalhou na Orquestra Sinfônica de Campinas. Ainda no Brasil, trabalhou na Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Israel foi para a Europa porque conseguiu uma bolsa de estudos da Embaixada Brasileira em Portugal e um emprego na cidade do Porto. De lá, seguiu para Granada, na Espanha, onde estudou regência e ajudou a fundar a orquestra da câmara da cidade.

Israel mora em Granada há 22 anos e não esconde sua história de vida e nem as agressões que sofreu no Recife e na Espanha. Ele crê que pode se identificar com muitos jovens brasileiros. “Eu faço questão de relembrar, falar publicamente. Dizer que minha vida foi assim porque eu sei que tem muitas crianças nesse Brasil que também pensam a mesma coisa: não tem nada que possa impedir você de ser um grande músico, um grande pintor, sabe, um artista”, concluiu.

Fonte: G1pe

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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