Com média de quase um caso por dia, Nordeste revive onda de assaltos a bancos em 2012

Depois de meses registrando uma onda de explosões a caixas eletrônicos, os Estados do Nordeste começaram 2012 enfrentando uma sequência de invasões e assaltos a bancos. Segundo levantamento feito pelo UOL, com base em dados dos sindicatos dos bancários, polícias e registros na imprensa, foram pelo menos 39 ocorrências registradas até o a última terça-feira (14) em oito dos nove Estados da região –o que dá uma média de quase uma ocorrência por dia.

Os assaltos a banco apavoraram o Nordeste entre os anos 80 e 2000, mas perderam espaço com a desarticulação de quadrilhas. Nos últimos anos, o crime contra instituições financeiras migraram para a modalidade arrombamentos e explosões de caixas eletrônicos.

Não há dados comparativos ao mesmo período de 2011, mas os cinco Estados que possuíam dados dos primeiros dias do ano passado apontam para um crescimento (veja abaixo). Por conta disso, ações de segurança estão sendo aumentadas.

Alguns assaltos tiveram ação violenta e terminaram em morte ou feridos. A invasão a uma agência do Bradesco, em Recife, no dia 16 de janeiro, terminou com dois suspeitos mortos e um cliente ferido. Quatro dias depois, um protesto de bancários cobrando mais segurança nas agências bancárias da capital fechou a agência por três horas.

Outro caso que chamou a atenção pela violência foi a invasão ao Banco do Brasil de Irauçuba (CE), a 154 km de Fortaleza. A polícia informou que três homens em motocicletas chegaram ao local e balearam o vigilante na cabeça. Em seguida, os assaltantes invadiram a agência e roubaram uma quantia não revelada.

Estados registram alta

Maior Estado nordestino, a Bahia é também o que mais registrou assaltos em 2012: ao todo foram 14 ocorrências, 77% a mais que em 2011, segundo dados do Sindicato dos Bancários do Estado. Somente nos 11 primeiros dias, foram cinco. Em um dos casos, em Baixa Grande (264 km de Salvador), os assaltantes obrigaram os clientes a cantarem parabéns e, na fuga, jogaram dinheiro para o alto.

Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, a categoria está assustada e cobrando mais investimentos. “Os bancos investem apenas 5% dos lucros em segurança. Para se ter ideia, as cinco maiores instituições tiveram lucros, em 2011, que ultrapassaram R$ 38 bilhões. Pedimos vidros blindados, que possam dificultar a ação dos assaltantes, portas giratórias antes do autoatendimento, pois isso seria inibidor. Outra proposta é instalação de câmeras na porta das agencias. Cobramos também ação do poder público. Mas infelizmente temos cidades do interior com um policial, dois policiais.”

Em Pernambuco, nove assaltos foram registrados este ano, sendo seis deles na capital –não há dados comparativos com anos anteriores. Por conta da onda de violência, as agências bancárias começaram a ser fiscalizadas pelas autoridades no último dia 13, para ser verificado o cumprimento da lei municipal sobre segurança bancária, em vigor há um ano. Itens obrigatórios, como câmeras externas, vigilantes e vaga específica para carro-forte não estariam sendo cumpridos pelos bancos. Durante o primeiro dia de ação, quatro agências foram notificadas.

Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco, Jaqueline Mello, há um otimismo da categoria em ter mais segurança com as fiscalizações. “Estamos confiantes de que agora a lei vai sair do papel. Esperamos que as instituições financeiras se enquadrem imediatamente à legislação e invistam em mais segurança para os clientes e bancários. Estamos apresentando uma lista de bancos que não seguem as normas de segurança exigidas. As agências que estiverem irregulares serão punidas com multas e podem ser interditadas ou ter o alvará de funcionamento cassado.”

No Ceará, seis assaltos foram registrados este ano –três deles com invasão durante horário de expediente e três durante a madrugada. “É um negócio terrível o que está acontecendo aqui este ano. Em janeiro de 2011 foi apenas uma ocorrência, e esse ano tivemos 14, entre assaltos, arrombamentos, explosões a caixas eletrônicos e um ataque a carro-forte. Tivemos três assaltos bem violentos, que destruíram agências com dinamite para roubar o dinheiro”, afirmou Bosco Mota, diretor do Sindicato dos Bancários.

Mota afirmou ao UOL que os assaltantes estão freando os ataques a caixas eletrônicos e que o retorno da modalidade é protagonizado por foragidos da Justiça do Rio de Janeiro. “Conversei com um delegado da região de Sobral, e policiais prenderam os acusados, e eles eram foragidos do Rio. Vemos essa situação com muita preocupação. Estamos conversando com a Secretaria de Segurança Pública e a direção dos bancos, chamando a atenção para que a Polícia Militar aumente o efetivo do interior”, disse.

No Rio Grande do Norte, o Sindicato dos Bancários informou que não possui dados sobre a quantidade de ocorrências. Mas o Estado registrou o roubo da maior quantia na região este ano: no dia 6 de fevereiro, seis homens armados invadiram a agência do banco Itaú, no bairro da Candelária, em Natal, renderam o vigilante e a gerente da agência e levaram cerca de R$ 600 mil. Quatro pessoas já foram presas acusadas de participação no assalto.

A Paraíba também registrou aumento no número de ocorrências este ano. Segundo o Sindicato dos Bancários, foram duas ocorrências de assaltos nos primeiros 40 dias de 2012 –em todo o ano de 2011 foram nove assaltos registrados. No Maranhão e em Alagoas, foram registrados três assaltos, em cada um, este ano. Alagoas, por exemplo, não havia registrado nenhum assalto com reféns no mesmo período de 2011.

No Piauí, único dos nove Estados nordestinos a não registrar nenhuma ocorrência de assalto este ano, segundo informou o Sindicato dos Bancários, a novidade no combate ao crime foi a aprovação de uma lei, no início do mês, obrigando os bancos a terem mais segurança –proibindo, por exemplo, a retirada das portas giratórias, como vem ocorrendo em outros Estados. “Nós avançamos com essa lei, e já estamos encaminhando a sindicatos de outros Estados para que medida similar seja adotada”, disse Gleidjane Moura, assessora de imprensa do Sindicato dos Bancários do Piauí.

Os assaltos também são responsáveis pelo afastamento de bancários das agências. “Esses assaltos sempre deixam sequelas. Após o assalto à agência do Banese, na sexta-feira passada, fui lá e o guarda me aguardava com a arma na mão. Um assalto altera o psicológico. O medo é ainda maior quando chega alguém de moto e desce com o capacete na mão. Os bancos não dão muita atenção. O negócio de banco é ganhar dinheiro. Para piorar, eles estão tirando as portas giratórios. No entendimento deles, a segurança é dever do Estado”, afirmou Adenílton Santana Santos, secretário do Sindicato dos Bancários de Sergipe, onde apenas um caso foi registrado este ano.

Para o conselheiro federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e presidente do Conselho de Segurança Pública da Alagoas, Paulo Brêda, o crescimento no número de assaltos no Nordeste é “muito preocupante” e pode mesmo ter participação de foragidos da Justiça do Rio. “O Rio intensificou o trabalho de ocupação das favelas e isso tem reflexo. Não é novidade essa migração, mas pelo aparato das ocorrências, fica claro que são grupos grandes e organizados. E a troca de informações entre os Estados ainda é muito precária. Precisamos avançar, ter mais integração.”

Outro ponto citado por Brêda é que o número de assaltos tende a crescer em anos de eleição municipal. “Não sei como é em outros Estados, mas em Alagoas existe esse histórico. Por isso há uma preocupação especial para que haja uma investigação para saber o que há de concreto nisso”, afirmou.

Investimentos em segurança

Em nota enviada ao UOL, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) não comentou a onda de assaltos a agências no Nordeste e informou que não possui “dados segmentados” sobre as ocorrências. A entidade informou que o número de assaltos a banco no país vinha “caindo consistentemente ao longo dos anos. De 2000 para 2010 houve uma queda de 82%, de 1.903 ocorrências para 337.” Outro ponto ressaltado pela entidade é que os bancos “há anos atuam em estreita parceria com governos, Polícias (Civil, Militar e Federal) e com o Poder Judiciário, para combater os crimes e propor novos padrões de proteção”.

A Febraban afirmou que investe anualmente R$ 9,4 bilhões em sistemas de segurança física e eletrônica. A entidade alega que praticamente todos os bancos utilizam sistema de câmeras para filmagem da parte interna dos bancos, mas afirma que medidas como instalação de câmeras externas têm eficácia questionável. “A vigilância externa é de competência das secretarias de segurança pública.”

A reportagem tentou contato, desde a terça-feira (14), com o presidente do Conselho de Segurança do Nordeste e secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte, Aldair da Rocha, mas até o fechamento da reportagem não obteve retorno.

Fonte: Uol Notícias

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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