Disque-Denúncia auxilia na luta em busca de desaparecidos
São muitos Joões, Marias, Danieles e Mários. De idades variadas, todos passam a ser denominados por outra palavra em comum: desaparecidos. Aliado à negatividade que o substantivo carrega, é inegável a angústia que os parentes sentem. Principalmente, pelo fato de não haver resposta para a pergunta mais comum, que é a previsão de reencontrar o familiar.
Diariamente, o Disque-Denúncia recebe registros de pessoas desaparecidas e os encaminham às autoridades policiais devidas. “Mas, ainda que a pessoa ligue ao Disque-Denúncia, é preciso ir à delegacia para registrar o Boletim de Ocorrência (B.O.). Só que essa ligação já adianta a investigação, porque, às vezes, a pessoa não consegue ir à delegacia muito rapidamente”, informou a coordenadora do órgão, Carmela Galindo.
Desde o início do programa, em 2000, já foram contabilizados 649 relatos de desaparecimentos. Destes, 174 eram referentes a crianças e adolescentes. Setenta e duas pessoas foram encontradas.
A Divisão de Desaparecidos da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), por sua vez, no período de 2007 a 2011, registrou 1.744 casos. “É preciso lembrar que não é necessário esperar mais 24 horas para registrar uma queixa. A partir do momento que o responsável percebe o desaparecimento, ele já pode registrar o BO”, esclareceu o gestor da especializada, Zanelli Alencar.
Foi desta forma que Kamilly Rodrigues Sales passou a ser procurada. O caso dela tornou-se conhecido em Pernambuco após a garota sumir com o marido da avó no dia 6 de junho do ano passado. Na época, ela tinha oito anos e completou nove quando já estava longe da família. O Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 5 mil para quem fornecer informações que levem ao encontro da criança.
“A essa altura do campeonato, acho que aconteceu alguma coisa com eles dois. Tem horas que penso que ela está viva, mas tem horas que eu nem sei…”, desabafa a dona de casa e mãe da garota, Adriana Rodrigues da Silva, 28. Para aliviar a tristeza, a dona de casa afirma que conta com a ajuda dos outros dois filhos – uma bebê de um ano e um menino de quatro anos. “Mas sempre me lembro dela”, insiste.
As hipóteses, de acordo com as informações que a polícia repassou à avó, são de latrocínio (roubo seguido de morte) ou de que o marido da avó tenha sequestrado a garota. Conforme a delegada do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Gleide Ângelo, que investiga o caso, não há novidades nas investigações. “A única coisa que eu quero é que ninguém esqueça o caso”, frisou. Essa é a intenção de todos os parentes que estão à espera de uma resposta.
Fonte: Folha PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
Nenhum comentário