A Unidade de Transplante de Fígado dos Hospitais Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) e Jayme da Fonte figura em segundo lugar no ranking de instituições que mais realizaram o procedimentos este ano no Brasil. Os números apresentados pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) registram as cirurgias feitas entre janeiro e março. No período, os hospitais pernambucanos transplantaram o órgão em 32 pacientes, ficando atrás apenas do Hospital Albert Einstein de São Paulo, que realizou 44 procedimentos.

Essa é a melhor colocação já obtida pela unidade, que nos últimos levantamentos ocupou a quinta, quarta e terceira posições. De acordo com o chefe da equipe de cirurgiões, Cláudio Lacerda, um dos fatores que contribuíram para o aumento do número de transplantes é a localização dos hospitais. “Estamos em uma área desatendida. Atendemos demanda de pacientes de outros estados e regiões do País.”

O trabalho da unidade envolve uma equipe de 18 pessoas, responsáveis desde a captação de órgãos e doadores até o transplante e pós-operatório. “Esse serviço, certamente, é um dos maiores orgulhos do polo médico de Pernambuco”, afirmou Lacerda.

De acordo com o médico, até ontem, a unidade realizou 47 transplantes este ano. Uma das maiores dificuldades no trabalho é o alto índice de mortalidade dos pacientes na lista de espera. “Atualmente, cerca de 20% das pessoas que aguardam por um fígado novo morrem antes da cirurgia. Isso ocorre porque o órgão é vital e, quando apresenta problemas, doentes podem evoluir para uma situação muito delicada”, explicou Lacerda. Hoje, 123 pessoas estão na lista de espera por um fígado em Pernambuco.

Um dos pacientes que recebeu um novo fígado este ano foi Anderson Roberto, 21 anos. Morador de Timbaúba, na Zona da Mata do Estado, ele foi submetido ao transplante no dia 16 de março, após uma espera de cinco dias. “Em dezembro fiquei internado no Hospital Barão de Lucena, mas recebi alta e voltei para casa. No começo de março minha situação piorou e fui colocado no primeiro lugar da lista de espera. Pouco tempo depois fui operado.”

O novo órgão foi captado pela equipe da unidade do Huoc em Natal, no Rio Grande do Norte, e o procedimento foi realizado no Hospital Jayme da Fonte. O pós-operatório ocorreu tranquilamente, mas no último dia 18 Anderson precisou ser internado no Huoc para tratar uma pequena infecção. No entanto, ele deve receber alta médica em breve.

“Fiquei muito alegre quando soube que haviam localizado um fígado compatível comigo. Agora quero retomar minha vida, voltar a trabalhar e frequentar a igreja”, disse o rapaz, que antes da doença trabalhava em uma loja de eletrodomésticos em Timbaúba.

Fonte: JC Online

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)