Em meio a sinais de divisão dos Bric, FMI dobra poder de fogo contra crise

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, em reunião do FMI em WashingtonEm meio a sinais de divisão entre Brasil, Rússia, Índia e China, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou nesta sexta-feira ter arrecadado US$ 430 bilhões junto a seus membros, praticamente dobrando o seu poder de fogo para lidar com a crise econômica.

De acordo com um comunicado divulgado pela diretora-gerente do Fundo, Christine Lagarde, US$ 362 bilhões serão aportados para o caixa da instituição por 12 países e o grupo da zona do euro.

Ela estimou que outros US$ 72 bilhões serão aportados por alguns países asiáticos e os Bric. “Esses países precisam voltar para casa, negociar e voltar com um número”, disse a diretora-gerente durante uma entrevista coletiva em Washington.

Este dinheiro se somará aos atuais US$ 485 bilhões no caixa do FMI, que em 2009 anunciou medidas para levantar US$ 1 trilhão para conter a crise.

“Este dinheiro será disponibilizado para a prevenção e resolução da crise, e para preencher as potenciais necessidades de todos os membros do FMI”, disse Lagarde. “Eles serão retirados apenas se necessário, e se forem usados, serão devolvidos com juros.”

Barganha

Por trás do discurso oficial estão sinais de uma articulação política que deixou os jornalistas intrigados em relação à fortaleza da ação conjunta dos Bric.

O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, declarou a jornalistas que o grupo apoiava o aumento do caixa do FMI, mas só divulgaria seus valores em junho, antes da reunião do G20 – o grupo das maiores economias avançadas e emergentes – em Los Cabos, no México.

“A posição dos Bric, unânimes, foi de apoiar o pacote de ajuda, adicionar ao FMI, mas não divulgamos o apoio que vamos colocar”, disse Mantega. “Condicionamos essa ajuda a que eles completem a reforma de cotas, para que os emergentes tenham uma representação maior.”

Apesar de ter se tornado a 6ª maior economia do mundo, o Brasil tem apenas cerca de 2,4% de peso. Mantega disse que a reforma de 2010, que aumenta o percentual do Brasil, ainda não foi aprovada no Parlamento de 18% dos países onde o trâmite é necessário.

“Nós combinamos, os Bric, que não vamos anunciar valores até a reunião de Los Cabos. Não dissemos ao Fundo (nenhum valor) porque vamos trabalhar esses valores e vamos continuar negociando com o Fundo, para que eles cumpram as condições que nós estamos estabelecendo.”

Desencontro

Mas a declaração do ministro brasileiro entrou em conflito com a do vice-ministro russo de Finanças, Sergei Storchak, que já havia dito a agências de notícias que seu país aumentaria entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões a sua quota no FMI.

Houve também rumores de que a China já havia decidido qual seria o seu aporte.

Junto com a declaração final do G20 e FMI, um comunicado oficial de Christine Lagarde afirmava que China e Rússia já haviam “anunciado contribuições específicas” para o Fundo.

Cinco minutos depois da divulgação deste comunicado, o órgão mudou sua declaração e colocou os dois países entre as nações que apenas “indicaram que estarão entre os contribuintes”.

Um porta-voz do FMI disse aos jornalistas em Washington que a mudança no texto do comunicado foi apenas “um erro administrativo, um engano de parte de alguns funcionários; nem mais nem menos”.

Em entrevista, Guido Mantega minimizou a declaração russa, afirmando que “US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões é muito diferente”.

Consenso

Por pressão dos emergentes ou não, nesta sexta-feira a declaração final dos ministros das Finanças e presidentes de Banco Central reafirma o compromisso do Fundo de implementar “completamente” a reforma de cotas antes do encontro anual do Banco Mundial e do FMI, em outubro no Japão.

“Continuaremos a contribuir em direção a uma revisão ampla da fórmula de cota do FMI até janeiro de 2013 e o término da próxima revisão geral de cotas até janeiro de 2014”, diz o comunicado.

“Reafirmamos que a redistribuição de cotas deveria refletir melhor o peso relativo dos membros do FMI na economia global, que mudou substancialmente em vista do forte crescimento em mercados emergentes dinâmicos e países desenvolvidos.”

Questionada sobre a demora dos Bric em anunciar seu apoio, Christine Lagarde foi irônica e rejeitou suposições de que o dinheiro dos emergentes venha tarde.

“Sabe de uma coisa, US$ 1 trilhão nós conseguimos”, disse Lagarde. “Eles (os Bric) já disseram que vão participar (do aumento do caixa do FMI).”

Fonte: BBC Brasil

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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