Emissões de carbono do Brasil podem ter caído 35%, aponta estimativa

A queda que a taxa de desmatamento da Amazônia vem apresentando nos últimos anos – e que chegou ao nível de 4.656 km² entre agosto de 2011 e julho de 2012 – já pode ter promovido uma queda de 35% nas emissões totais do País entre 2005 e 2011. Enquanto no resto do mundo subiu 9%.

É o que sugere uma estimativa independente das emissões do País no período feita pelo engenheiro florestal Tasso Azevedo, consultor na área de clima e florestas e ex-diretor do Serviço Floresta Brasileiro. O total de emissões brutas, que era de 2,4 gigatoneladas (Gt) de carbono em 2005, pode ter caído para 1,584 Gt em 2011. Levando em conta o que é absorvido pelas florestas, a emissão líquida pode ter diminuído de 2,19 Gt para 1,267 Gt.

O cálculo foi divulgado nesta quarta-feira, 28, pelo pesquisador para coincidir com a realização da Conferência do Clima da ONU, que é realizada até o dia 7 em Doha, no Catar, e sai à frente do governo federal, que também está finalizando o relatório com a divulgação de sua própria estimativa de emissões dos últimos anos.

O último inventário nacional das emissões nacionais foi divulgado em 2010, com dados referentes a 2005. O novo está previsto para 2014, trazendo possivelmente dados de 2010. Como o intervalo de tempo é grande e sempre reflete o passado, “as estimativas oferecem uma ideia de como está a trajetória das emissões e a tendência em relação à meta de redução prevista na política nacional de mudanças climáticas”, explica Azevedo.

Trabalhando com dados e metodologia dos inventários anteriores e informações abertas dos setores disponíveis na internet ou em relatórios, a análise concluiu que a importância do setor de mudança do uso da terra (onde se encaixa o desmatamento) começa a perder importância. De um papel de cerca de 60% das emissões nacionais (1,57 Gt em 2005), ele agora responde por 1/3 do total, ou seja, 570 milhões de toneladas(Mt). Os setores de energia e agricultura, por sua vez, estão subindo um pouco, respectivamente passaram de 329 Mt para 436 Mt; e de 416 Mt para 444 Mt. Até 2011 eles ocupavam respectivamente o segundo e o terceiro lugar, mas, de acordo com Azevedo, já devem assumir o primeiro e o segundo lugar em 2012, por conta da queda de 27% na taxa do desmatamento na comparação com 2011. No total, ele acha que a emissão neste ano já pode ficar abaixo de 1,5 Gt.

De acordo com Azevedo, que apresentou os dados para a equipe da ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira e para a equipe do Ministério da Ciência e Tecnologia que está conduzindo a estimativa nacional, os números dele devem diferir em no máximo 2% dos oficias. A delegação do MMA que está em Doha não quis opinar sobre os dados antes de vê-lo, mas, pelo que o Estado apurou, a agricultura também começa a despontar com mais importância no dado oficial, principalmente por causa da pecuária.

Nesse ritmo, o País fica abaixo da meta que estabeleceu voluntariamente de reduzir até 2020 36,1% das emissões que ocorreriam no cenário de business-as-usual. Isso significa que se as emissões continuassem crescendo no ritmo que vinham até 2005, poderíamos chegar ao final da década com 3,2 Gt de emissão – a meta então era ficar em 2,08 Gt. Como os outros setores devem crescer, provavelmente chegaremos a esse valor mesmo até lá.

“A notícia é muito boa, mas a tendência para 2020 dos outros setores já é de uma curva para cima, ainda abaixo de 2005, mas apontando uma subida, então já é preciso planejar os esforços para apontar para baixo”, diz.

As emissões per capita no Brasil, que chegaram a 16 toneladas de CO2/hab/ano caíram a 8 t/hab/ano em 2011. A média mundial é de cerca de 7 t/hab/ano. A estimativa do Pnuma era que em 2030 o mundo tem de estar com 36 Gt de emissões, contra as quase 50 Gt de hoje. Considerado a conta por pessoa, cai para 4,5. “A notícia é boa, mas não estamos em berço esplêndido. Nossa taxa per capita continua alta.”

O que é necessário fazer, diz, é “jogar mais riqueza em cada tonelada emitida”. Ou seja, melhorar a eficiência a fim de produzir mais com menos emissão. Hoje para cada tonelada emitida no Brasil, segundo Azevedo, são produzidos US$ 1.600. Para o mundo atingir suas metas, considera-se que teriam de ser US$ 20 mil/tonelada em 2050, com uma emissão total anual de “somente” 10 Gt.

Fonte: Agência Estado

 

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