EUA anunciam plano para acabar com nascimento de bebês com HIV até 2015

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, revelou na última quinta-feira (29) um ambicioso plano para alcançar uma geração livre da Aids, com a meta de acabar virtualmente com o nascimento de bebês com HIV em 2015.

“Os avanços científicos e sua implementação bem sucedida deixaram o mundo em um momento decisivo na luta contra a Aids”, destacou o plano de 54 páginas.

Referindo-se à Aids como “uma das questões mais complexas de saúde global na história moderna”, Hillary escreveu na apresentação do documento que o desafio ainda existe, apontando para 1,7 milhão de pessoas que morrem anualmente de doenças relacionadas com a Aids.

Mas ela reforçou que, ao contrário de uma década atrás, desenvolver Aids após se infectar com o HIV não é mais uma sentença de morte automática e que grandes avanços têm sido feitos no tratamento e na prevenção da doença.

Medicamentos antirretrovirais têm tido enorme êxito em reduzir a taxa de transmissão de HIV de mãe para filho, bem como em evitar que pacientes soropositivos desenvolvam Aids.

Em uma geração livre da Aids, quase nenhuma criança nascerá com o vírus e quando crescer, haverá riscos menores de se infectar. Caso venha a contrair o HIV, haverá acesso ao tratamento para impedir o desenvolvimento da doença.

O coordenador global da Aids nos Estados Unidos, Eric Goosby, declarou à AFP que as 390.000 crianças que atualmente nascem todo ano com HIV vivem, sobretudo, em cerca de 22 países, a maioria na África subsaariana.

A ingestão de três medicamentos antirretrovirais reduz o risco de uma mãe transmitir o HIV a seu bebê a menos de 2%, explicou. O coquetel também permitirá que ela amamente e se proteja em futuras gestações em países onde muitas mulheres têm entre cinco e sete filhos.

“A ideia é fortalecer nossa habilidade de identificar e preservar as mulheres soropositivas desde os primeiros estágios, iniciando a terapia com os três medicamentos antirretrovirais”, acrescentou.

“Não vamos chegar a zero”, alertou Goosby, lembrando que muitas mulheres de países em desenvolvimento nunca fazem acompanhamento pré-natal. Também há mulheres, como as profissionais do sexo ou usuárias de drogas, “cujos estilos de vida são tão caóticos que só buscam cuidados em momentos extremos”.

Mas ele disse esperar que em 2015 o número de crianças nascidas com HIV cairia em todo mundo abaixo dos 40.000, acrescentando que alguns países fizeram mais avanços do que outros para alcançar a meta.

Em todo o mundo, novas infecções por HIV entre crianças e adultos caíram 19% na década passada e as mortes causadas pela Aids diminuíram 26% desde o pico alcançado em 2005.

“São tendências encorajadoras, porém mais precisa ser feito”, ressaltou o relatório, concebido pelo Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para Assistência à Aids (PEPFAR).

Também “envia uma mensagem inequívoca de que o compromisso dos Estados Unidos com a resposta global contra a Aids continuará forte, compreensiva e orientada pela ciência”.

Hillary Clinton admitiu, no entanto, que “os recursos de saúde e desenvolvimento globais têm diminuído devido ao momento de dificuldades econômicas. E que questões de estigma e discriminação existem em todo o mundo”.

Segundo o ‘mapa do caminho’ para uma geração livre da Aids, os Estados Unidos irão:

— trabalhar rumo à eliminação de novas infecções de HIV entre crianças até 2015, mantendo suas mães vivas;

— aumentar sua cobertura de tratamento contra o HIV para reduzir o número de mortes causadas pela Aids e intensificar a prevenção, incluindo o uso de medicamentos antirretrovirais. O presidente Barack Obama estabeleceu a meta de tratar seis milhões de pessoas com este tipo de medicamentos ao final de 2013;

— aumentar o número de homens circuncidados. Ao final do ano fiscal de 2013, o PEPFAR pretende ter apoiado a realização destas cirurgias em 4,7 milhões de homens no sul e no leste da África;

— aumentar o acesso a testes e aconselhamento, bem como aos preservativos e outros métodos anticoncepcionais.

Aqueles países que conseguirem reduzir o número anual de novas infecções por HIV abaixo do número de pacientes iniciando o tratamento com medicamentos antirretrovirais estarão no chamado “ponto decisivo” da epidemia. Se esta proporção cair abaixo de 1%, então o país estará superando a epidemia.

O plano reforça, no entanto, que todos estes esforços devem se sustentar nos avanços científicos.

“Nós iremos aonde a ciência nos levar, traduzindo a ciência em programas de impacto”, destacou, acrescentando que os Estados Unidos irão apoiar a pesquisa inovadora sobre prevenção e ajudará a reduzir à metade a progressão da doença.

Fonte: Uol Notícias

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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