Ex-diretor da Delta entra na Justiça com pedido de liberdade

A defesa do ex-diretor da Delta Construções Claudio Abreu recorreu à Justiça nesta quinta-feira pedindo que ele seja libertado. Abreu foi preso ontem pela Polícia Federal durante a Operação Saint Michel.O ex-diretor da Delta é suspeito de participar do esquema de pagamento de propina do bicheiro Carlinhos Cachoeira, direcionando uma licitação para a empreiteira no governo Agnelo Queiroz (PT-DF). A Delta teria interesse na prestação de serviços de bilhetagem do transporte público no Distrito Federal.

A prisão de Abreu foi um desdobramento da Operação Monte Carlo, realizada pela Polícia Federal (PF) em fevereiro, na qual Cachoeira foi preso. Além do ex-diretor da Delta, foi preso na quarta-feira o vereador de Anápolis (GO) Wesley Silva (PMDB). Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão nos municípios de Brasília, São Paulo, Anápolis e Goiânia, expedidos pela 5ª Vara Criminal de Brasília. De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), no total, quatro pessoas foram presas no Estado – três em Goiânia e uma em Anápolis. Os presos foram levados à capital federal ainda ontem.

Claudio Abreu era diretor regional da Delta no Centro-Oeste e foi afastado da empresa em março, segundo a construtora, após as denúncias de que seria o braço direito de Cachoeira. Após o afastamento, a empresa instalou uma auditoria no escritório, sediado em Goiânia.

Carlinhos Cachoeira 
Acusado de comandar a exploração do jogo ilegal em Goiás, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, foi preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, em 29 de fevereiro de 2012, oito anos após a divulgação de um vídeo em que Waldomiro Diniz, assessor do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, lhe pedia propina. O escândalo culminou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos e na revelação do suposto esquema de pagamento de parlamentares que ficou conhecido como mensalão.

Escutas telefônicas realizadas durante a investigação da PF apontaram contatos entre Cachoeira e o senador democrata Demóstenes Torres (GO). Ele reagiu dizendo que a violação do seu sigilo telefônico não havia obedecido a critérios legais.

Nos dias seguintes, reportagens dos jornais Folha de S.Paulo e O Globo afirmaram, respectivamente, que o grupo de Cachoeira forneceu telefones antigrampos para políticos, entre eles Demóstenes, e que o senador pediu ao empresário que lhe emprestasse R$ 3 mil em despesas com táxi-aéreo. Na conversa, o democrata ainda vazou informações sobre reuniões reservadas que manteve com representantes dos três Poderes.

Pressionado, Demóstenes pediu afastamento da liderança do DEM no Senado em 27 de março. No dia seguinte, o Psol representou contra o parlamentar no Conselho de Ética e, um dia depois, em 29 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski autorizou a quebra de seu sigilo bancário.

O presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), anunciou em 2 de abril que o partido havia decidido abrir um processo que poderia resultar na expulsão de Demóstenes, que, no dia seguinte, pediu a desfiliação da legenda, encerrando a investigação interna. Mas as denúncias só aumentaram e começaram a atingir ouros políticos, agentes públicos e empresas.

Após a publicação de suspeitas de que a construtora Delta, maior recebedora de recursos do governo federal nos últimos três anos, faça parte do esquema de Cachoeira, a empresa anunciou a demissão de um funcionário e uma auditoria. O vazamento das conversas apontam encontros de Cachoeira também com os governadores Agnelo Queiroz (PT), do Distrito Federal, e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás. Em 19 de abril, o Congresso criou a CPI mista do Cachoeira.

 Fonte: Terra

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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