Exames confirmam que paciente tem doença priônica
A suspeita de um caso de doença degenerativa rara em uma cozinheira de 54 anos recebeu a confirmação de que realmente se trata de doença priônica na última semana. A mulher está internada há pouco mais de um mês no Hospital Tricentenário, em Olinda, e já fez os três exames que aumentam a probabilidade da enfermidade. Uma análise sanguínea, o eletroencefalograma e o exame do líquido cefalorraquidiano – fluido que ocupa o espaço entre o crânio e o córtex cerebral. De acordo com Gil Brasileiro, diretor da unidade de saúde, não há mais nenhuma análise a ser feita. Ela realmente tem a doença que pode, inclusive, vir a ser a Creutzfeldt-Jakob, conhecida popularmente como “Mal da Vaca Louca”.
O resultado da análise do líquido cefalorraquidiano da paciente, feita na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, constatou a existência da proteína 14.3.3 – o que significa que ela realmente tem a doença priônica, apesar de não se saber qual das vertentes. De acordo com os médicos, este é o exame mais seguro sobre o que realmente acomete a paciente. O laudo foi assinado pelo especialista Hélio Rodrigues, do Laboratório de Investigação Médica.
Uma amostra sanguínea da mulher também foi encaminhada ao Hospital A.C. Camargo, referência no tratamento de câncer em São Paulo, e constatou ausência de mutação do gene PRNP. O laudo significa que não se pode descartar a hipótese de prion esporádica.
A confirmação da vertente de doença priônica que a paciente possui, porém, só poderá ser feita após o óbito através de exames específicos. A enfermidade ataca o Sistema Nervoso Central, provocando uma demência progressiva. As doenças priônicas são assim chamadas pois afetam os príons, partículas protéicas responsáveis por atividades como o amadurecimento dos neurônios. De acordo com a gerente de Agravos Agudos da Secretaria Estadual de Saúde, Nara Melo, a doença não é transmissível e não há chance de sobrevivência para a paciente caso ela realmente tenha a enfermidade.
De acordo com o diretor do Hospital Tricentenário, Gil Brasileiro, o estado de saúde da paciente é estável. “Apenas o sistema neurológico foi atingido. Os demais órgãos vitais funcionam normalmente, inclusive, ela respira sem a ajuda de aparelhos. Fizemos também um eletroencefalograma nela e constatamos a total inércia do cérebro da paciente”, disse.
Os três exames feitos na cozinheira foram realizados em março. “Agora, não temos mais nenhuma análise a fazer. Sabemos que é uma doença priônica, mas os detalhes só saberemos após a morte da paciente. De acordo com o prognóstico, acreditamos que ela ainda poderá viver de seis a oito meses”, concluiu o diretor.
Fonte: Diario de Pernambuco
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)





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