Falta de cuidado da população é ainda principal causa de focos da dengue
Apesar das campanhas educativas sobre a dengue, o armazenamento inadequado de água por parte da população ainda representa a principal dificuldade em combater a doença. No Recife, onde o número de pessoas infectadas pelo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypit aumentou 647% nos quatro primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período de 2011, 80% dos focos estão situados dentro das residências, o que evidencia a necessidade do engajamento da população.
“Em lugar nenhum do mundo se combate o vírus com sucesso sem a ajuda da comunidade”, atestou o gerente do Programa Saúde Ambiental da capital pernambucana, Otoniel Barros. A ausência dos moradores durante a visita das equipes às casas e a resistência em permitir a entrada dos agentes nos imóveis completam a lista dos três maiores obstáculos à tarefa de frear o avanço da dengue.
“As pessoas têm o costume de improvisar recipientes. Isso ajuda no surgimento de criadouros. É uma situação que pode ser constatada nas inspeções das equipes”, contou a coordenadora estadual de Combate à Dengue, Claudenice Pontes. Em Pernambuco, no primeiro quadrimestre do ano, o número de notificações da doença também saltou. Foram 203% de aumento, colocando o Estado – juntamente com outras cinco unidades da federação – na contramão do resto do País. Os demais Estados reduziram os índices, segundo o balanço divulgado pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira, em Brasília.
Claudenice Pontes frisou ainda a importância da população em procurar entender as instruções repassadas pelos agentes durante as visitas. “É muito comum a equipe ensinar como se evita a procriação do mosquito e, quando retorna, vê que a situação permanece a mesma de antes. Por isso a gente pede que as pessoas prestem bastante atenção às orientações”, contou.
VISITAS – O Recife possui cerca de 546 mil imóveis. [/TEXTO]Pela estratégia traçada pelo município, os 872 agentes devem visitar todos eles a cada dois meses. Mas, segundo o gerente do Programa de Saúde Ambiental, 329.839 inspeções deixaram de ser realizadas por dois motivos: ausência dos moradores ou a negativa em receber os agentes.
O número significa 30% do total do pouco mais de um milhão de visitas que deveriam ter sido feitas até abril e ajuda a entender o porquê da explosão do números de casos. As ocorrências passaram de 848 para 6.343, de janeiro a abril de 2011, comparado ao mesmo período deste ano.
Apesar do calendário marcar o fim do quinto mês do ano, a secretaria municipal ainda não chegou ao quantitativo que deveria ter sido atingido em abril. “A gente encontra situações difíceis, como casas fechadas. Há casos ainda que as pessoas dificultam o trabalho dos agentes”, relatou Otoniel Barros.
Para minimizar o problema, o município oferece um serviço de agendamento de visitas. O morador pode ligar para o 0800 281 15 20 e marcar a visita para um horário e dia que tenha alguém na residência. “Estamos trabalhando em regime de plantão nos finais de semana e feriados. Por isso, a gente sempre repete o quanto é importante a ajuda da população”, insistiu o gerente.
Fonte: JC Online
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)





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