O fechamento de uma unidade do programa “Nova Semente”, idealizado pela Prefeitura de Petrolina, gerou polêmica no bairro Pedro Raimundo, zona oeste da cidade. O fato aconteceu na última sexta-feira (12) e pegou de surpresa a gestora da creche, Iandra Katiussia de Lima Costa. Segundo Iandra, vários guardas municipais chegaram à unidade no momento em que ela e um grupo de funcionárias promoviam uma festa pelo Dia das Crianças para os pequenos atendidos na unidade, e anunciaram o fechamento do espaço. A decisão, explica a gestora, foi confirmada pela chefe do Nova Semente, conhecida por Mônica, que acompanhou os guardas na ação.

Iandra informou ainda que a movimentação deixou apreensivos alguns pais que chegavam à creche. “Teve duas mães que me ligaram depois, sem entender nada. Só lamento porque não me comunicaram antes (sobre o fechamento), para que eu pudesse avisar os pais das crianças. Fiquei anestesiada”, justificou.

Ela disse não lamentar o fato de a unidade ter sido fechada, até porque garante que, enquanto gestora, sua autoridade não era respeitada pelas funcionárias. “Eu não tinha autonomia. Quando eu falava, tinha funcionária que vinha com sete pedras na mão. Eu era vista apenas como um ‘fantoche’. Elas só obedeciam ao pessoal do Petrape, porque recebiam seus salários de lá”, critica Iandra.

Revelando que passou até por acompanhamento de psicóloga, devido a pressões que vivenciou na creche, a gestora atribuiu o fato a questões políticas, depois que a mãe dela, Maria das Graças Lima, conhecida como ‘Graça’, decidiu se candidatar a vereadora na coligação do candidato a prefeito Fernando Filho (PSB) – adversário do prefeito Júlio Lóssio (PMDB). “Não me envolvo com política. Nunca pedi a nenhum funcionário para votar em A, B ou C. Colocaram-me nessa ‘guerrinha’ sem eu ter nada a ver”, declarou.

Revolta

Graça confirma as críticas da filha. Ela conta que a coordenação do Nova Semente a chamou assim que soube de sua candidatura à vereadora, e foi informada de que o dinheiro oriundo do Instituto de Olhos (de propriedade do prefeito reeleito) não viria mais para a creche do Pedro Raimundo por ela ter decidido apoiar o candidato adversário.

Revoltada, Graça disse ter sido ela a responsável por correr atrás para montar a creche, selecionar as funcionárias e alugar o espaço, que funcionava na Rua 17, n° 370. “Fiz empréstimo, tirei do meu bolso. Agora vou buscar meus direitos na justiça”, desabafou. A reportagem entrou em contato com a assessoria da prefeitura para obter esclarecimentos sobre o assunto. Uma assessora disse ontem (16) que o caso seria levado para conhecimento da Secretaria de Educação no mesmo dia. Até o fechamento desta matéria, no entanto, nenhum esclarecimento chegou ao Blog.

Fonte: Blog do Carlos Britto

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)