Com apenas duas etapas disputadas em 2012, a situação de Felipe Massa na Ferrari já é extremamente desconfortável. Não apenas pela 15ª colocação no GP da Malásia, que o deixa sem nenhum ponto no campeonato – não completou a primeira corrida, no Bahrein. O maior problema é a comparação com o companheiro de equipe. Ignorando os problemas do carro e lidando bem com as mudanças climáticas, o espanhol Fernando Alonso fez uma prova perfeita e venceu em Sepang, assumindo a liderança do Mundial, com 35 pontos, contra 30 do inglês Lewis Hamilton, da McLaren, que mais uma vez chegou em terceiro. O segundo colocado foi o surpreendente mexicano Sergio Pérez, da Sauber, que chegou a ameaçar Alonso mas cometeu um erro nas voltas finais. Ainda assim, deixou o carro satisfeito por subir ao pódio pela primeira vez em sua segunda temporada na F-1. E até mesmo o resultado de Pérez complica a vida de Massa, já que ele é um dos pilotos apontados pela imprensa italiana como um dos possíveis substitutos do brasileiro, que está em seu último ano de contrato com a Ferrari. A próxima corrida será na China, no dia 15 de abril.

– Estávamos em uma posição que não queríamos, pilotando para chegar bem no treino final de classificação. Agora estamos lutando por vitórias. O objetivo era não deixar que os líderes abrissem muitos pontos, e conseguimos até mais do que isso. Nas próximas provas ainda podemos pensar em melhorar o carro – declarou Alonso na entrevista coletiva após a prova.

Em contraste com a corrida complicada de Massa, o outro brasileiro na F-1, Bruno Senna, só tem a comemorar. Após um início ruim, o piloto da Williams fez uma prova de recuperação e terminou em sexto lugar, sua melhor colocação em três anos na categoria – ano passado, pela Lotus, foi nono na Itália. Com os oito pontos de Senna, a Williams já pontuou mais do que em toda a última temporada, quando marcou apenas cinco.

– Estou super contente, a corrida começou dando tudo errado, mas a gente teve uma performance muito boa, no seco e no molhado. Estou muito contente porque a gente conseguiu se recuperar. A equipe está indo para a frente, e temos que aproveitar a boa fase. Acho que temos mais a melhorar ainda – afirmou à TV Globo o brasileiro da Williams, que largou em 13º e chegou a estar em 23º lugar.

Chuva interrompe a corrida após oito voltas

O GP da Malásia voltou a ser prejudicado pela chuva forte, como ocorre em quase todos os anos. A primeira parte da corrida durou apenas oito voltas, sendo as últimas duas com o safety car, devido à piora das condições climáticas. Nestas poucas voltas, praticamente todos os pilotos tiveram de parar nos boxes para colocar pneus para chuva forte. Mesmo assim as condições de segurança não eram as ideais, e a corrida foi interrompida na nona volta, com o inglês Lewis Hamilton, o pole position, na lidrança. Após mais de meia hora de paralisação, a corrida recomeçou com os carros atrás do safety car. Felipe Massa estava em oitavo, e Bruno Senna, em 14º.

Depois de três voltas para reaquecimento dos pneus, foi dada a relargada, e o inglês Jenson Button, que estava em segundo, entrou imediatamente nos boxes para colocar pneus intermediários, o que a maioria dos pilotos só fez na volta seguinte. Button, no entanto, comprometeu sua estratégia logo na 16ª volta, ao se precipitar numa tentativa de ultrapassagem sobre Narain Karthikeyian. O toque na HRT do piloto indiano obrigou o inglês a ir de novo para os boxes para trocar o bico do carro. O outro inglês da McLaren, Lewis Hamilton, também teve problemas: ele liderava a prova mas perdeu tempo na troca de pneus e acabou caindo para terceiro. Quem assumiu a ponta foi Alonso, seguido por Sergio Perez, beneficiado por ter sido o primeiro a colocar pneus de chuva forte, ainda antes da paralisação da prova.

Na 23ª volta, Bruno Senna ultrapassou Daniel Ricciardo, da Toro Rosso. Em seguida, ganhou a 12ª posição de Michael Schumacher. Na 26ª, ao tentar alcançar a Mercedes de Nico Rosberg, Massa cometeu um erro e acabou caindo para 11º, ultrapassado por Paul di Resta, da Force India, Jean-Éric Vergne, da Toro Rosso, e Nico Hulkenberg, também da Force India. Quando já sofria com o ataque de Bruno Senna, na 28ª volta, Massa entrou nos boxes. Senna assumiu a 11ª posição, e pouco depois já estava em nono, graças à entrada de outros carros nos boxes. Massa não voltou bem à prova, mesmo com os novos pneus, e na 30ª volta era o 16º colocado, sem conseguir bom rendimento com a sua Ferrari. Algumas volta depois, o brasileiro perdeu posição para o inglês Jenson Button. Sofrendo com a falta de velocidade da Ferrari – o carro chegou a apenas 286 km/h ao fim da reta -, Massa caiu para 18º, ultrapassado por Ricciardo.

A 15 voltas do final, com a pista secando, os pilotos começaram a voltar aos boxes para trocar os pneus. Àquela altura, Alonso tinha apenas 1,6 segundo de vantagem sobre Pérez. Mas o mexicano da Sauber demorou uma volta a mais para fazer sua troca e ficou mais longe do espanhol. Após a sequência de trocas, Bruno Senna voltou em oitavo lugar, enquanto Massa aparecia apenas em 17º. Na 45ª volta, Senna passou Di Resta e assumiu a sétima colocação.

Na 48ª volta, o alemão Sebastian Vettel, que estava em quarto, teve um pneu furado ao tentar ultrapassar um retardatário. Com isso, Bruno Senna ganhou mais uma colocação. Lá na frente, Pérez chegou a encostar de novo em Alonso, mas cometeu um erro numa curva e perdeu contato com o espanhol, que teve tranquilidade para conduzir a Ferrari até a vitória.

Fonte: O Globo

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)