Gasto do brasileiro no exterior soma US$ 2 bilhões e bate recorde para outubro
Os brasileiros continuam viajando como nunca, levando mais dinheiro para o exterior, o que ajudou a piorar o déficit das transações correntes em outubro, segundo divulgou o Banco Central (BC) nesta quinta-feira (22). No mês passado, os brasileiros gastaram lá fora US$ 2,08 bilhões, o maior volume para o mês, o que acabou por gerar um déficit na conta de viagens de US$ 1,5 bilhão (já descontando os valores que os turistas de outros países trouxeram ao Brasil), também recorde.
Os gastos de estrangeiros no Brasil em outubro somaram US$ 550 milhões. Embora não tenham sido suficientes pra compensar os gastos dos brasileiros lá fora, também foram um recorde para o período, de acordo com os dados do BC.
O déficit em transações correntes (os recursos que entraram e saíram do país, incluindo os gastos dos brasileiros que viajam ao exterior) foi de US$ 5,4 bilhões em outubro, o maior para o mês na serie histórica que começou a ser contabilizada pelo BC em 1947. Porém, no acumulado no ano, o total está em linha com a estimativa para o ano, atingindo US$ 39,5 bilhões, abaixo dos US$ 53 bilhões projetados pela autoridade monetária.
Segundo o BC, esse resultado recorde no déficit de transações correntes foi causado principalmente pelas importações, que atingiram o maior valor para outubro da série histórica (de US$ 20,1 bilhões) e o pior desempenho da conta de serviços de todos os tempos, que fechou o mês passado negativa em US$ 4 bilhões. Os gastos com viagens – que tiveram patamar recorde – também ajudaram a aumentar esse déficit.
Investimentos estrangeiros no país somam US$ 7,7 bilhões e batem recorde
A boa notícia, segundo o chefe adjunto do departamento econômico do BC, Fernando Alberto Rocha, é que o saldo negativo das transações correntes tem sido integralmente compensado pelos investimentos estrangeiros, que fecharam o mês com melhor desempenho para outubro da série, de US$ 7,7 bilhões.
No ano, os investimentos estrangeiros somam US$ 55,3 bilhões. Embora os investimentos estrangeiros diretos tenham tido um bom desempenho de janeiro a outubro, os cincos países que mais contribuem com essa conta reduziram a sua parcela em 25%. Países baixos, Estados Unidos, Espanha, Japão e França, que nos dez primeiros meses de 2011 trouxeram US$ 13,95 bilhões ao país, esse ano investiram US$ 10,42 bilhões. A maior queda foi observada nos recursos da Espanha, tradicional investidor no Brasil, que ainda mantém a quarta colocação este ano, mas trouxe US$ 1,85 bilhões até outubro deste ano, quase a metade do valor do mesmo período de 2011. Entre os principais investidores, somente o Japão investiu mais no Brasil este ano, passando de US$ 915 milhões até outubro de 2011 para US$ 1,1 bilhões este ano.
Fonte: Agência O Globo
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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