Geleiras regulam volume dos rios em anos de seca
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
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Cientistas argentinos estão pesquisando o papel das geleiras da cordilheira dos Andes como “mecanismo regulador” do caudal dos rios da região, o que permitirá “melhor cálculo e projeção das obras hídricas” para assegurar o abastecimento de água em tempos de seca.
“As geleiras têm um mecanismo regulador, armazenam água na época boa de anos frios e úmidos, e a entregam em anos secos e cálidos”, explicou Sebastião Crespo, cientista do Instituto Argentino de Pesquisa da Neve, em Mendoza.
Crespo iniciou sua pesquisa em fevereiro, durante o verão no hemisfério sul, e usou como “geleira piloto” a Orcones Superior, que fica no Parque Nacional do Aconcágua”, na zona central da Cordilheira dos Andes.
O trabalho do pesquisador tenta medir a quantidade e a forma com que a água procedentes dos cursos de água que saem do Orcones Supeior acaba nos rios que chegam a Mendoza, que também nasce nas geleiras.
“A ideia é medir os caudais através de um método de dissolução de sais”, acrescenta. Ele explicou que os sais depositados no rio podem ser detectados em outras partes da bacia para distinguir qual proporção de água do rio pertence à geleira, à neve ou a águas subterrâneas.
As medições são feitas com amostras da própria geleira e em diferentes pontos da bacia do rio Mendoza, que são enviadas ao Paul Scherrer Institute, na Suíça, para serem analisadas.
“Cerca de 98% do caudal do rio Mendoza habitualmente é formado pela neve, mas nos anos de seca as geleiras permitem suprir o deficit hídrico”, diz ele. Para Crespo, a principal contribuição do estudo é a possibilidade de saber “quando” estará disponível a água das geleiras.
“Saber isso permitirá planejar melhor o uso de barragens reguladoras, para conter a água que a geleira entrega durante o período seco”, disse, acrescentando que em províncias como Mendoza, com grande ativididade vinícola, isso é fundamental para o desenvolvimento humano.
A pesquisa permitirá estimar como esse fenômeno é produzido em outras geleiras similares. “Entre as motivações da pesquisa estão tanto a falta de conhecimento como o grande retrocesso que estão sofrendo a maioria das geleiras na região”, diz Crespo, que reconhece que foi detectada perda de massa em várias delas.
Segundo o pesquisador, a causa mais provável é o aumento da temperatura do planeta, que segundo projeções de 2004, poderia ser maior nas altas montanhas.
Crespo quer usar os dados da pesquisa sobre geleiras para gerar uma “cultura do uso da água” e evitar o uso irracional.
Fonte: Estadão
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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