Governador pode intermediar crise
Diante da crise vivenciada pelo setor de biocombustíveis no Brasil, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, colocou-se à disposição do segmento para ser um dos interlocutores do setor junto ao Governo Federal para o enfrentamento da situação vivenciada pelos empresários.
“Coloco-me à disposição, junto com outros governadores do Nordeste. Aqui temos medidas tributárias que muita gente tem vindo copiar, que fomentam o crescimento do setor”, disse o governador, durante a 6ª edição do Fórum Nordeste – Desafios e Oportunidades nos Setores de Biocombustíveis e Energias Limpas, que aconteceu ontem, no Arcádia Paço Alfândega, no Bairro do Recife, realizado pelo Grupo EQM.
Na opinião de Campos, “as energias renováveis no Brasil precisam ganhar status de programa estratégico”. Segundo o governador, o País precisa investir em alternativas energéticas, discutir melhor sobre a política de desoneração da gasolina em detrimento ao etanol e criar melhores oportunidades para o setor de biocombustíveis.
“Para isso, é preciso estabelecer um diálogo generoso à altura do processo em que vive o País. Esse encontro (Fórum Nordeste), por exemplo, tornou-se uma forma eficaz de sugerir ideias produtivas. É importante fazer críticas que venham com sugestões de como se corrigir o problema”, disse.
Durante o discurso, o governador pontuou diversos momentos na história do Brasil nos quais o Governo precisou se posicionar para superar períodos de crise, como o vivido após a queda da Bolsa de Nova York, em 1929, e a crise do petróleo, em 1973. “Momentos de crise são também momentos de grande oportunidade para determinados setores. O importante para atravessar crises é ver como o Brasil superou esses momentos.
Com o desafio deixado pela crise de 1929, o País aproveitou para iniciar seu processo de industrialização. Em 1973, com a escassez de petróleo no mercado, o Governo criou um programa de incentivo ao etanol (Pró-Álcool) muito antes de as grandes potências levantarem a bandeira dos biocombustíveis”, disse.
A ausência de incentivos ao setor, em especial ao etanol, em meio à crise vivenciada pelo segmento, é uma atitude controversa do Governo, segundo especialistas e lideranças que participaram do Fórum Nordeste. O presidente do Grupo EQM, Eduardo Monteiro, afirmou que, mesmo o Brasil sendo um dos maiores produtores de cana-de-açúcar do mundo e tendo uma experiência de 500 anos no setor, o País vive uma grave crise de identidade.
“O Governo não vê o etanol com a mesma prioridade. Nosso álcool não disputa com o preço da gasolina na bomba. Sabemos que a solução da situação vivida pela Petrobras passa pela solução dos problemas do setor”, afirmou.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha, é preciso que o Governo Federal reconheça os benefícios que o setor traz para sociedade, não só por ser uma energia limpa, mas por ser importante para a economia, gerando emprego e renda.
“É preciso expandir a participação das fontes de energia renovável na matriz energética do País. Nesse aspecto, o Fórum deixa um legado que preza pelo valor da conscientização. Mostra que é preciso planejamento e previsibilidade para enfrentar a crise vivida pelo setor”, afirmou.
Fonte: Folha PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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