Nas mesmas lojas, aliás, você irá encontrar miniaturas dos double deckers, os inconfundíveis ônibus vermelhos de dois andares da capital. Em algumas regiões, sentar-se no andar de cima confere a um deslocamento corriqueiro ares de passeio turístico. Não é difícil também encontrar miniaturas dos black cabs, os táxis da capital, fabricados sob medida para ter a aparência de antigos. Utilizar esses meios de transporte faz parte da experiência londrina.

Mas sou da opinião de que a melhor maneira de conhecer algumas cidades é de bicicleta – e Londres é uma delas. A metrópole é grande demais para ser percorrida a pé, mas tem topografia plana, ideal para se pedalar. Sobre duas rodas, é possível descobrir lugares que passariam despercebidos entre uma estação e outra do metrô, ou que não estariam na rota de um ônibus. Na maioria das vezes, a bicicleta é mais rápida que os meios de transporte convencionais – especialmente em distâncias mais curtas, de até 10 km.

E além de tudo, Londres é uma cidade relativamente segura para se pedalar. Tenho amigos dinamarqueses e holandeses que discordam veementemente desta afirmação, mas é tudo uma questão de perspectiva. Londres de fato carece de mais ciclovias, mas para quem está habituado à hostilidade dos motoristas brasileiros em relação aos ciclistas, a capital inglesa parece um paraíso. Desde que se use equipamento adequado, como capacetes e luzes de segurança, e que se tenha prudência, não vejo motivos para evitar a bicicleta.

Desde 2010, Londres passou a ter uma ótima opção para seus moradores, que parece feita ainda mais sob medida para quem a visita. A cidade lançou seu sistema de aluguel de bicicletas – o Barclays Cycle Hire, que leva o nome do banco que o patrocina. Com mais de 8000 bicicletas, o sistema foi um sucesso instantâneo e rendeu dividendos ao prefeito que a lançou, Boris Jonhson – que acaba de se reeleger. As bicicletas são informalmente conhecidas como “Boris bikes”.

O grande mérito do sistema é a simplicidade para usá-lo. Em algumas cidades, como Barcelona, o aluguel é limitado aos moradores da cidade. Em Londres (assim como no recém lançado BikeRio, no Rio de Janeiro), o usuário eventual também é contemplado. Sem necessidade de cadastro, basta utilizar um cartão de crédito para alugar a bicicleta.

Há duas taxas diferentes. A primeira é a de acesso, e você pode escolher entre 24 horas (1 libra) e sete dias (5 libras). A segunda taxa é a de aluguel, calculado pelo período entre a retirada e a devolução da bicicleta, que pode ser feita em qualquer uma das 570 estações da cidade.

A primeira meia hora de uso é gratuita, e paga-se 1 libra por até uma hora de acesso. O período máximo de utilização é de 24 horas e custa 50 libras. Pode parecer caro, mas a grande maioria dos percursos pode ser feita em menos de meia hora, período pelo qual o aluguel é gratuito. Na prática, você pode fazer várias viagens curtas durante um dia, pagando apenas a taxa de acesso de 1 libra.

Inicialmente limitado à região central de Londres, o programa já passou por sua primeira expansão, rumo ao leste da cidade. Já existem algumas estações próximas ao Parque Olímpico, mas se você decidir usar a bicicleta como meio de transporte para assistir às competições, prepare-se para caminhar cerca de 20 minutos até a entrada do parque.

Sendo a sustentabilidade uma das bandeiras levantadas recentemente pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), levar as bicicletas ao Parque Olímpico teria atraído a simpatia do público e dos demais envolvidos na organização. Mas é provável que tenha sido levado em conta o fato de os Jogos de Londres serem patrocinados pelo Lloyds TSB. O banco seguramente não ficaria satisfeito ao ver o parque com bicicletas que estampam a marca de um concorrente.

Barclays Cycle Hire
Taxa de acesso:
24 horas: 1 libra
7 dias: £5
Anual: £45

Taxa de aluguel:
Até 30 minutos: gratuito
Até 1 hora: £1
Até 1:30: £4
Até 2h: £6
Até 2h30: £10
Até 3h: £15
Até 6h: £35
Até 24h (máximo): £50

Fonte: Veja

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)