O incêndio que atingiu, na manhã deste sábado, dois imóveis, entre os números 343 e 345 da Rua da Alfândega, no Centro da cidade, foi controlado pelo Corpo de Bombeiros, por volta das 11h45m desta manhã. Homens das unidades do Centro, com apoio do Caju e Vila Isabel, apagaram as labaredas com o auxílio de seis viaturas, sendo uma dotada de escadas Magirus. Por volta das 13h30m, a laje de uma das lojas desabou, mas ninguém ficou ferido. A causa do incêndio pode ter sido um curto circuito em uma das lojas. A Rua Senhor dos Passos e a Praça da República já foram liberadas. Cerca de 30 homens do Corpo de Bombeiros efetuam a fase de rescaldo e a Defesa Civil ainda vai avaliar as necessidades de interdição.

De acordo com os bombeiros, o fogo se espalhou rapidamente. Dois imóveis teriam sido destruídos e três ficaram parcialmente atingidos. Entre 30 e 40 lojas tiveram que ser fechadas durante a ação, que bloqueou o quarteirão entre as ruas Tomé de Souza e Senhor dos Passos.

O Corpo de Bombeiros afirma ainda que o chamado foi recebido às 9h44m, sendo atendido dez minutos depois. No entanto, o presidente da Associação Comercial da Saara, Ênio Bittencourt, afirma que as viaturas demoraram 30 minutos. Ele diz ainda que o incêndio começou por volta das 9h30m, quando lojistas avistaram a fumaça no segundo andar de uma das lojas e acionaram imediatamente os bombeiros.

— Como pode um atraso desses? O Corpo de Bombeiros fica na Praça da República, é muito perto. Por que demoraram meia hora? Eles chegaram e ainda tiveram problemas com um equipamento que estourou e vazou água — conta ele, que completa: — Os comerciantes da Saara estão investindo constantemente em troca de fiação, mas, infelizmente, tragédias acontecem.

No momento em que o incêndio começou, todas as lojas funcionavam normalmente. Ênio Bittencourt estima que pelo menos 600 estabalecimentos tenham sido prejudicados. Em entrevista à Rádio CBN, ele disse ainda que os bombeiros tiveram dificuldades para conseguir água, porque na região não há hidrante. Um caminhão-tanque foi utilizado no combate das chamas.

O incêndio teria começado na loja de roupas infantis Bibinha. O proprietário Paulo Constantino Hijjar afirmou que o estoque do estabelecimento é altamente inflamável e que as roupas foram adquiridas para pagamento posterior em 30 e 90 dias. Visivelmente emocionado, ele lamentou o prejuízo.

Daniel Platt, do Centro de Pesquisas da IBM, afirma que este é um dos sábados mais importantes do ano para os comerciantes, que podem ter um prejuízo de até R$ 500 mil com a queda do movimento.

Incêndio destruiu lojas na véspera do Natal de 2007

Em 2007, na véspera do Natal, um incêndio de grandes proporções destruiu a Casa Cruz, tradicional papelaria no Centro, e o estoque da Casa & Vídeo da Rua Ramalho Ortigão, no Largo de São Francisco. O fogo começou por volta das 8h, nos fundos da papelaria, quando funcionários começavam a se preparar para abrir a loja.

De acordo com um funcionário da Casa Cruz, o incêndio teria sido provocado por um curto-circuito num ventilador do estabelecimento. O fogo se alastrou rapidamente e só foi controlado quatro horas depois. Setenta homens de seis quartéis do Corpo de Bombeiros ajudaram a debelar as chamas. Três pessoas, duas delas funcionárias da Casa & Vídeo, foram atendidas em uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), intoxicadas com a fumaça.

O fogo ainda atingiu todo o estoque da Casa & Vídeo, que ficava no terceiro andar do prédio vizinho ao da Casa Cruz. As chamas atingiram também a parede lateral do Centro Empresarial Rio, que fica na Rua Uruguaiana, 39. Parte do reboco do prédio desabou, por causa do calor. O edifício, de 22 andares, também chegou a ser interditado pela Defesa Civil.