Mulheres brasileiras: de donas de casa à política
- By : Assessoria de Comunicação do Deputado Gonzaga Patriota
- Category : Clipping
O homem está deixando de ser o chefe da casa, dividindo esse papel com a mulher e até transferindo para ela as responsabilidades de sustentar e cuidar dos filhos. Em tempos remotos isto seria praticamente improvável, mas no século 21 o trabalho de muitas mulheres já se tornou o principal “ganha-pão” da família.
Segundo pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada), cresceu o número de mulheres que desempenham o papel de chefes de família. Além de cuidarem da casa, ainda têm muitos compromissos profissionais.
No Brasil, já são cerca de 22 milhões de mulheres chefes de família. Um aumento de 8% nos últimos 10 anos.
A pesquisa do IPEA mostra também que 30% do tempo da chefe de família são dedicados às tarefas domésticas, 37% ao trabalho formal. Sobram apenas 33% para cuidar de si mesma e para o lazer com a família.
O aumento do número de chefes de família mulheres, no entanto, não implica em uma mudança nos valores familiares tradicionais. O trabalho doméstico não foi transferido para os homens, e elas têm de se dividir entre a jornada de trabalho e as tarefas domésticas. O resultado é a sobrecarga da mulher nessa configuração, a com a maior jornada de trabalho.
As mulheres ainda recebem salários menores do que suas contrapartes masculinas, apesar de figurarem nos indicadores educacionais à frente dos homens. Elas têm, em média, mais anos de estudo do que eles. Em 2009, de forma geral, o rendimento salarial feminino girava em 70,7% dos recebimentos salariais dos homens, em situação de emprego similar.
Mais do que integrantes de estatísticas, essas mulheres mostram que, independentemente de serem solteiras, casadas, com ou sem filhos, são capazes de liderar uma casa e suas vidas de maneira competente.
Por isso, os programas sociais buscam aproveitar essa capacidade feminina para melhor atendê-la. Por exemplo, as mulheres figuram como titular do pagamento do Bolsa Família em 93% das 13,3 milhões de famílias por ele atendidas.
Ainda segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), responsável pelo programa, as regiões Nordeste (8.815.593) e Sudeste (5.766.985) são as que apresentam maior número de mulheres beneficiárias. O governo entende que a mulher usa o dinheiro para cuidar de toda a família, especialmente dos filhos.
Outro estímulo é proporcionado pelo programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, ao dar preferência para o registro do imóvel em nome da chefa da família, além de autorizar que mulheres separadas adquiram o imóvel, mesmo sem a outorga do cônjuge ou no caso em que não houve divórcio judicial.
Durante grande parte da História do Brasil, as mulheres não tiveram participação na política, pois a elas eram negados os principais direitos políticos como, por exemplo, votar e ser votadas. Somente em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas, as mulheres conquistaram o direito ao voto. Também puderam se candidatar a cargos políticos. Já nas eleições de 1933, a doutora Carlota Pereira de Queirós, foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira.
Neste ano, 51,9% do eleitorado de todo o País foi composto por mulheres, o que equivale a mais de 73 milhões de votos femininos, num universo de mais de 140 milhões. No entanto, das mais de 465 mil candidaturas, em todo país, apenas 140.963 eram de mulheres. E especificamente sobre prefeitos e prefeitas, o TSE contabilizou um total de 15.128 candidaturas, sendo 2.023 femininas, que representa um crescimento de 13,99%.
Foram eleitas 672 prefeitas, o que revela um aumento de 31,5% em comparação com o pleito de 2008, isso representa 12,3% do total de prefeitos e prefeitas eleitos no Brasil. Um avanço importante nos números, mas um cenário nacional em que coloca o Brasil em 117° lugar de representação política feminina em um universo de 141 países do planeta, segundo dados da União Interparlamentar, órgão vinculado à Organização das Nações Unidas.
Infelizmente, a discriminação de gênero ainda não foi erradicada no Brasil, mas as novas relações sociais entre mulheres e homens, que se tornaram mais complexas, e o incentivo de políticas públicas voltadas para as mulheres, evidenciam, sobretudo, a força das conquistas das mais de cem milhões de brasileiras na sociedade.
GONZAGA PATRIOTA,Contador, Advogado, Administrador de Empresas e Jornalista, Pós- graduado em Ciência Política e Mestre em Ciência Política e Políticas Públicas e Governo e Doutorando em Direito Civil, pela Universidade Federal da Argentina. É Deputado Federal pelo PSB de Pernambuco.
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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