Jovem suspeita ter sido trocada em hospital de PE e busca pais biológicos
Quando tinha 12 anos, a jovem Natália Rizia de Oliveira pediu de presente de Natal um teste de DNA. O exame provou que ela não era filha biológica dos pais com quem vivia desde o nascimento. A família já desconfiava de uma possível troca de bebês na Casa de Saúde São Lucas, em Arcoverde, no Sertão do Estado, e Natália já sabia da hipótese desde os 7 anos, quando a mãe comunicou a possibilidade.
“Foi um choque pra mim porque eu sempre me preparei para o negativo, mas você receber a notícia é um impacto muito grande. Na hora eu perdi o sentido, caiu tudo na minha cabeça, uma vida que eu tinha vivido com meus pais, pra mim, tinha desmoronado”, afirma a jovem, hoje com 19 anos de idade.
A mãe de Natália, Neilda de Oliveira, acredita que a troca de bebês pode ter ocorrido no hospital. “Quando foi pra eu ter alta, eu pedia: ‘Deixa eu ver meu filho?’. Eu escutava as crianças chorando no berçário e dizia: ‘Isso é meu filho que tá chorando.’ As enfermeiras falavam: ‘Ah, tem tanta criança aqui, por que só seu filho é que tá chorando? Como você sabe?'”, conta Neilda.
Ela também acrescenta que não fez exames para saber o sexo do bebê durante a gravidez. Após o parto, soube ter dado à luz a um filho homem, mas foi proibida de ver o bebê porque as enfermeiras alegavam a necessidade de cuidados especiais.
A criança que levou para casa foi Natália, que agora busca explicações. No entanto, o processo que investigava a possível troca foi arquivado no Fórum da cidade depois de um acordo aceito pelas duas partes. Em 2007, a Casa de Saúde pagou uma indenização de R$20 mil à família e disponibilizou a lista com os nomes das mulheres que teriam dado à luz na maternidade naquela mesma data.
Um dos diretores da Casa de Saúde São Lucas, Gustavo Azevedo, defende a instituição das acusações. Segundo ele, a busca pelos prontuários continua. “Realmente no prontuário constava que havia um bebê do sexo masculino e daí para a frente vamos assumir a problemática – não assumir a troca, porque não temos provas de que foi trocado”, afirma.
O hospital está fechado há quase um ano mas Natália ainda aguarda o fim de sua angústia. “Queria conhecer minha família, ter um contato com eles… mas destrocar, não”, diz.
Fonte: G1 PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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