Um escândalo que envolveu o pagamento de propina pela ISL, empresa de marketing que faliu em 2001, para membros da Fifa e pode ter envolvido os brasileiros Ricardo Teixeira e João Havelange, deverá ter seus detalhes revelados após uma decisão proferida pela Justiça da Suíça nesta quarta-feira. O Supremo Tribunal da Suíça ordenou a liberação de documentos que identificam os dirigentes da Fifa que receberam milhões de dólares da ISL. Um painel de cinco juízes decidiu que faz parte do interesse púbico o pedido de órgãos de imprensa para obter cópias de documentos da investigação criminal, realizada no estado suíço de Zug, e encerrada em maio de 2010.
“Os nomes das pessoas envolvidas e as circunstâncias pessoais e financeiras apuradas pelas autoridades, devem igualmente ser divulgadas aos repórteres”, disse o tribunal em um comunicado. A imprensa mundial noticia que os dirigentes, que pediram para a mais alta corte da Suíça bloquear a publicação dos documentos, seriam João Havelange, ex-presidente da Fifa, e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF. Quando o caso foi encerrado, os dirigentes pagaram 5,5 milhões de francos suíços sob a condição dos seus nomes não serem revelados.
A Fifa ajudou a intermediar a negociação para que fosse adotado o anonimato e participou dos recursos anteriores para impedir a publicação de documentos, até abandonar o caso em dezembro de 2011. Os órgãos de imprensa, que incluem a BBC, pretendem descobrir se os dirigentes receberam tratamento preferencial sob a lei suíça e se outros membros da Fifa estavam cientes do pagamento de suborno.
Os jornalistas tiveram decisão favorável em dezembro de 2011, quando um tribunal de Zug disse que a publicação era de interesse público. Os dois dirigentes não nomeados, identificados nos documentos judiciais federais apenas como “B2” e “B3”, então recorreram ao tribunal federal.
Histórico – João Havelange foi presidente da Fifa por 24 anos antes de ser sucedido por Blatter, em 1998. O dirigente, de 96 anos, continua sendo presidente de honra da Fifa. Nesse ano, ficou internado em um hospital no Rio em razão de uma infecção bacteriana. Membro do Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional por 48 anos, o dirigente renunciou ao seu cargo em dezembro de 2011 alegando problemas de saúde, dias antes da abertura de uma investigação contra ele.
Ricardo Teixeira renunciou neste ano aos cargos de presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014. Ele também deixou o Comitê Executivo da Fifa, alegando razões pessoais e problemas de saúde que não foram especificados.
Fonte: VEJA
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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