Mais de 5 mil processos destruídos em Palmares (PE) serão recuperados
Vinte toneladas de lama e papel chegaram ao Tribunal de Justiça de Pernambuco, no Recife. São os processos cíveis e criminais que estavam no fórum da cidade de Palmares, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, destruído pela enchente de 2010. Um trabalho de restauração está sendo feito para recuperar 5.200 processos.
O fórum ficou debaixo d’água – a Vara Criminal, que ficava no térreo, ficou com água até o teto – por esse motivo os processos desse tipo estão em pior estado. Todos os processos foram trazidos para o Recife, mas muitos estavam praticamente reduzidos a pó e alguns apodreceram ou viraram pedra. Além dos papéis, havia objetos, como uma faca usada em uma tentativa de homicídio 19 anos atrás. Tudo foi analisado pelos técnicos. Segundo a técnica judiciária Maria de Lourdes Barbosa, foi criado um laboratório para a recuperação do material.
“A gente vai tentar fazer alguma parte do desfolhamento dele aqui para que a gente encontre o número do processo e o nome da pessoa e depois possa repassar ao TJ que foi encontrado o processo realmente”, detalha o técnico Mário José Nery.
Os processos ficam congelados por um mês para paralisar o ataque de fungos, bactérias e insetos. Depois, as páginas são separadas, higienizadas e copiadas. Os juízes de Palmares vão receber o original e uma cópia que possa ser manuseada sem riscos – 90% dos processos cíveis devem ser resgatados. “Estamos também trabalhando em salvaguardar o patrimônio do município de Palmares, que tem como objetivo resgatar a história de um povo, a memória de um povo. Isso é o que nos gratifica mais nesse projeto”, afirma o restaurador Eutrópio Pereira Bezerra.
Em Palmares, o novo fórum está em construção para receber os processos restaurados. Por enquanto, varas da justiça, defensoria pública e cartórios se espremem no juizado especial. Os processos devem retornar à cidade em outubro, totalmente restaurados. “Vai ser extremamente positivo que esses procedimentos restaurados venham pra cá e dentre eles de repente vai ter um caso importante aí, um processo antigo, com peças importantes, que a gente precisa recuperar pra que ele prossiga. Eu acho que vai ser de muita importância. Eu lamento que p atraso seja gigante”, analisa o juiz Evani Estevão, titular da 1ª Vara Cível.
Aliviada, a cabelereira Laudiete Alves espera receber a pensão alimentícia da filha. O processo emperrou porque os documentos do divórcio foram quase destruídos pela água. Agora, ela soube que o processo está sendo restaurado. “Esse processo já estava correndo há anos e eu não estava com condição de tê-lo em mãos e agora eu tenho essa perspectiva e posso com isso educar melhor a minha filha tendo essa pensão alimentícia… Em mãos”, comemora
Fonte: G1 PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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