Mercosul suspende participação do Paraguai em reunião

O Mercosul suspendeu neste domingo (24) a participação do Paraguai na Reunião de Cúpula de presidentes programada para a próxima semana na cidade argentina de Mendoza.

O anúncio foi divulgado pelo governo argentino, que possui a presidência rotativa do Mercosul, em comunicado à imprensa divulgado no site do Ministério de Relações Exteriores da Argentina. O Itamaraty confirmou ao G1, por meio da assessoria, que a decisão foi acordada entre os países membros e que a nota foi redigida neste domingo.

Segundo o texto, o bloco decidiu “suspender o Paraguai, de forma imediata e por este ato, do direito de participar da XLIII Reunião do Conselho do Mercado Comum e Reunião de Cúpula de Presidentes do Mercosul, bem como das reuniões preparatórias”. A decisão ocorre devido ao impeachment do presidente Fernando Lugo, que teve o mandato cassado na sexta-feira (22) em um processo de menos de 36 horas.

Conforme a nota, Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru decidiram de forma conjunta suspender a participação do Paraguai na reunião de presidentes, que ocorre entre 25 e 29 de junho, diante da “ruptura da ordem democrática no Paraguai”.

Venezuela suspende petróleo
Durante a tarde, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenou a retirada do embaixador em Assunção, José Franciso Javier Arrué, e a interrupção do envio de petróleo.

“Ordenei retirar nosso embaixador de Assunção (…). E também vamos retirar o envio de petróleo. Sentimos muito, mas nós não vamos apoiar de forma alguma esse golpe de Estado”, afirmou Chávez nas cerimônias de comemoração do 191º aniversário da batalha de Carabobo.

“Digo ao ministro da Energia, Rafael Ramírez, que interrompa o envio de petróleo fruto do acordo energético de Caracas”, declarou.

Brasil
O Ministério de Relações Exteriores anunciou sábado que convocou o embaixador do Brasil no Paraguai para consultas e considerou como “rito sumário” a destituição de Lugo.

A presidente Dilma Rousseff fez uma reunião ministerial de emergência para discutir a crise.

Mais cedo, o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o Brasil deve seguir a posição da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) no caso e não descartou sanções.

A cúpula presidencial da Unasul, que analisará a crise no Paraguai após a destituição do presidente Fernando Lugo, será realizada na quarta-feira (27) em Lima, no Peru.

A Colômbia também anunciou que chamará o seu embaixador no Paraguai para consultas.

Crise no Paraguai
Federico Franco assumiu o governo do Paraguai na sexta-feira (22), após o impeachment de Fernando Lugo.

O processo contra Lugo foi iniciado por conta do conflito agrário que terminou com 17 mortos no interior do país. A oposição acusou Lugo de ter agido mal no caso e de estar governando de maneira “imprópria, negligente e irresponsável”.

Ele também foi acusado por outros incidentes ocorridos durante o seu governo, como ter apoiado um motim de jovens socialistas em um complexo das Forças Armadas ou não ter atuado de forma decisiva no combate ao pequeno grupo armado Exército do Povo Paraguaio, responsável por assassinatos e sequestros durante a última década, a maior partes deles antes mesmo de Lugo tomar posse.

O processo de impeachment aconteceu rapidamente, depois que o Partido Liberal Radical Autêntico, do então vice-presidente Franco, retirou seu apoio à coalizão do presidente socialista. A votação, na Câmara, aconteceu no dia 21 de junho, resultando na aprovação por 76 votos a 1 – até mesmo parlamentares que integravam partidos da coalizão do governo votaram contra Lugo. No mesmo dia, à tarde, o Senado definiu as regras do processo.

Na sexta-feira, 22 de junho, o Senado do Paraguai afastou Fernando Lugo da presidência. O placar pela condenação e pelo impeachment do socialista foi de 39 senadores contra 4, com 2 abstenções. Federico Franco assumiu a presidência pouco mais de uma hora e meia depois do impeachment de Lugo.

Em discurso após o impeachment, Lugo afirmou que aceitava a decisão do Senado.

Mas, neste domingo, Lugo disse que não reconhece o governo de Federico Franco e que, portanto, não deve aceitar o pedido do novo presidente para ajudá-lo na tarefa de explicar a mudança de governo a países vizinhos.

Fonte: G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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