Momentos Olímpicos: Ouro com folga em 2004 fez de Torben Grael maior medalhista brasileiro

Grael, que é também o mais premiado velejador do mundo em Olimpíadas, disse à BBC Brasil que considera o ouro obtido em Atenas com relativa tranquilidade (a medalha foi conquistada por antecipação) o ápice de sua vitoriosa jornada olímpica, marcada por regatas difíceis e algumas finais frustrantes.

“Depois de Atenas, vários atletas se tornaram bicampeões olímpicos, como eu, o Marcelo [Ferreira, companheiro de Grael nos dois ouros], o Robert Scheidt, o Giovane e o Maurício [ambos do vôlei]. Mas até Atenas nós só tínhamos um bicampeão olímpico”, diz Grael em referência ao atleta Adhemar Ferreira da Silva, medalhista de ouro no salto triplo em 1952 e 1956.

Grael conquistou duas medalhas de ouro (em Atlanta 1996 e Atenas 2004), uma de prata (Los Angeles 1984) e duas de bronze (Seul 1988 e Sydney 2000). Em Londres 2012, apenas o iatista Robert Scheidt – que possui dois ouros e duas pratas olímpicas – ameaça o posto de Torben Grael como maior medalhista olímpico brasileiro.

O iatista paulista de 51 anos continua velejando, mas já encerrou seu ciclo olímpico. O anúncio de que não buscaria vaga em Londres 2012 foi feito no ano passado.

A decepção com a decisão da Federação Internacional de Vela (FIV) de excluir a classe Star (pela qual ganhou seus dois ouros e dois bronzes) dos Jogos do Rio 2016 contribuiu para a decisão de se aposentar das Olimpíadas.

Grael acredita que a decisão da FIV foi tomada apenas por motivos políticos e pressões de grupos de lobby, ignorando aspectos técnicos e a importância da categoria para o esporte.

Topo

A classe Star foi justamente a que propiciou a Torben Grael o seu maior momento olímpico. Grael e Ferreira chegaram aos Jogos de Atenas sem nem mesmo estar entre os favoritos, mas tiveram um desempenho arrasador.

Eles ganharam grande parte das regatas disputadas, e conquistaram o ouro por antecipação, sem nem mesmo precisar disputar a última delas.

“Você ir para uma Olimpíada já é algo para poucos. Você conseguir uma medalha olímpica então é mais bacana ainda. Você conseguir uma medalha de ouro é a sensação do dever cumprido, de que você chegou no topo”, diz Grael.

“O meu maior momento olímpico, se pegarmos isoladamente, foi a última medalha de ouro, mas é difícil você escolher. Eu não teria chegado lá sem ter passado pelas outras, não é?”

A folga obtida em Atenas é rara no esporte. Em todas as outras Olimpíadas, as memórias do velejador são de dificuldades, frustrações e superação.

“Não tem final fácil, né? Eu perdi uma medalha de ouro na Coreia [em 1988], junto com o Nelson Falcão, depois que nós quebramos na penúltima regata, e isso nos custou o ouro. Em Sydney 2000, chegamos à última regada liderando – eu e o Marcelo – mas queimamos a largada. Foram duas medalhas de ouro que e escaparam no detalhe”, lembra.

“Depois em Atlanta, nós [Torben e Marcelo] disputamos a olimpíada toda com o australiano Colib Beashel [e David Giles], e só conseguimos superá-lo na última regata, já que ele queimou a sua largada e ficou com a medalha de bronze. Talvez essa tenha sido a minha final olímpica mais disputada.”

As medalhas de Torben Grael contribuíram para fazer da vela o esporte brasileiro mais bem-sucedido em Olimpíadas, com 16 medalhas. É o mesmo número conquistado pelo Brasil no vôlei quando somadas as categorias de quadra e praia. No entanto, a vela possui seis ouros – um a mais do que o vôlei.

O velejador é modesto ao falar de suas conquistas olímpicas, e não considera suas medalhas as mais importantes do iatismo brasileiro.

Para Torben, os principais marcos foram a primeira medalha da vela brasileira – uma prata obtida em 1976 por Reinaldo Conrad e Peter Ficker, na FD – e os dois primeiros ouros, conquistados em Moscou 1980 – por Marcos Soares e Eduardo Penido, na 470, e por Lars Sigurd Bjorkström e Alexandre Welter, na Tornado.

Grael diz que estas foram as medalhas que abriram caminho para a vitoriosa geração seguinte.

Ceticismo

Apesar do passado brilhante da vela brasileira, o maior medalhista olímpico do Brasil é pouco otimista em relação ao futuro do Brasil no esporte.

“A estrutura de esportes no Brasil hoje em geral, com exceção do vôlei e do futebol, é muito fraca”, diz Grael.

“Nós temos uma vela de base bastante forte, na parte da iniciação, dos primeiros passos. Mas daí para a vela olímpica é um salto muito grande, e é onde nós acabamos perdendo o grosso dos atletas.”

Grael diz que na véspera dos Jogos de Barcelona 1992, Pequim 2008 e Londres 2012, os países-sede fizeram investimentos importantes em iatismo que renderam grande ganho em medalhas.

Na Grã-Bretanha, os velejadores treinam e viajam juntos, e possuem uma grande estrutura de apoio. Como resultado, a Grã-Bretanha liderou o quadro de medalhas em vela nas últimas três olimpíadas e virou a maior potência no esporte da atualidade.

Já no Brasil, os atletas lidam praticamente sozinhos com todos os aspectos da profissão. Grael acredita que falta apoio principalmente para quem começa.

“Existe um apoio a quem já tem a posição, mas não existe apoio à renovação. Isso é ruim para o esporte. Deveria se apostar em um número maior de atletas.”

Hoje, ele acompanha a carreira dos filhos Martine e Marco. A filha, que compete na classe 470 ao lado da medalhista de bronze em 2008 Isabel Swan, não conseguiu se classificar para Londres 2012, mas estará na capital britânica como parte de um programa do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) que pretende dar experiência olímpica a jovens promessas.

O velejador é cético quanto a possibilidade de a vela brasileira conseguir melhores resultados diante da própria torcida, nos Jogos do Rio 2016, sobretudo sem a competição da classe Star no torneio.

“Não sei se o Brasil vai conseguir. Vai depender inclusive do apoio que tivermos. Atualmente, apesar de estarmos sediando os Jogos, a situação da vela não mudou de patamar em termos de apoio. Espero que isso aconteça, mas o prazo para que isso aconteça está se esgotando rápido.”

Fonte: BBC Brasil

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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