Negociação sobre a Síria deixa destino de Assad em aberto

O grupo de ação sobre a Síria, responsável por buscar um consenso internacional sobre uma transição pacífica no país, concordou, neste sábado (30), que um governo nacional unificado deve ser estabelecido a fim de resolver o conflito entre o presidente Bashar al-Assad e as forças contrárias à sua permanência no poder.

No entanto, o comunicado final da reunião, que apresenta um plano de transição com o cessar imediato da violência, não deixa claro se Assad ou pessoas próximas a ele podem fazer parte de um novo governo.

Em uma vitória para a diplomacia russa,  o texto omitiu a linguagem de um esboço anterior, que dizia explicitamente que “iria excluir do governo aqueles cuja presença e participação contínuas minariam a credibilidade da transição e colocariam em risco a estabilidade e a reconciliação”.

Os russos são antigos aliados de Assad, e apesar de terem apoiado uma transição para um governo sírio democrático neste sábado, ainda não está claro como Moscou se portará em relação ao conflito.

Há no comunicado final da reunião do grupo de ação uma frase que requer que o governo de transição “deve ser formado na base do consenso mútuo” – o que dá a entender que o regime de Assad, assim como a oposição, terão poder de veto um sobre o outro.

Após a reunião, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que o plano indica que Assad precisará deixar o poder, mas Rússia e China reforçaram que o processo de transição deve ser conduzido pelos próprios sírios. O ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, se disse satisfeito com o plano, mas afirmou que o documento acordado não implica na saída do presidente. O principal ponto foi que o acordo não tem como intenção impor um processo sobre a Síria, disse ele.

A reunião teve a participação dos ministros das Relações Exteriores dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU – Estados Unidos, China, Rússia, França e Reino Unido -, assim como do Iraque, Kuwait e Qatar, membros da Liga Árabe, e Turquia. A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, também participou.

Kofi Annan com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, neste sábado em Genebra. (Foto: AFP)Kofi Annan com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, neste sábado em Genebra. (Foto: AFP)

O mediador internacional Kofi Annan disse após as negociações em Genebra que o governo deve incluir membros da administração de Assad e da oposição.

“O organismo de governo transitório exercerá os poderes executivos. Ele poderá incluir membros do atual governo e da oposição e de outros grupos, e deve ser formado com base em um consentimento mútuo”, indicou Annan.

Era pós-Assad
Hillary Clinton, durante uma entrevista coletiva à imprensa, disse que o acordo abriu “o caminho para a era pós-Assad”. Os Estados Unidos, acrescentou ela, vão convocar o Conselho de Segurança da ONU para submeter ao organismo o acordo.

Ela disse ainda que o plano enviará uma mensagem clara ao presidente Bashar al-Assad de que ele deve deixar o poder. “Assad terá que sair”, afirmou. “O que foi feito aqui é arrancar a ficção de que ele e aqueles com sangue nas mãos podem ficar no poder”, afirmou a americana.

Serguei Lavrov, da Rússia, fala a jornalistas após reunião na Suíça. (Foto: Reuters)Sergei Lavrov, da Rússia, fala a jornalistas após
reunião na Suíça. (Foto: Reuters)

Rússia e China
Rússia e China, por sua vez , após a reunião, defenderam que o próprio povo sírio decida sobre o plano de transição no país, que não deve ser imposto de fora. O ministro chinês das Relações Exteriores, Yang Jiechi, estimou que o plano de transição “só pode ser dirigido pelos sírios e com o aval de todas as partes importantes na Síria”. “Gente do exterior não pode tomar decisões pelo povo sírio”.

O chanceler russo, Serguei Lavrov, reafirmou que a decisão sobre o plano de transição “cabe aos próprios sírios”. “A maneira certa de conduzir a transição para outra etapa precisa ser decidida pelos próprios sírios”, explicou o ministro russo. “Não se pode excluir deste processo qualquer grupo, mas este aspecto está presente em muitas das propostas de nossos interlocutores e estamos convencidos de que isto é inaceitável”.

Levante
Nos 16 meses de levante contra o regime de Assad, acredita-se que o saldo de mortes seja de 15,8 mil pessoas. Um plano de paz da ONU, que previa um cessar-fogo e um recuo de rebeldes e de tropas do governo, foi aceito por Assad, mas nunca cumprido.

Em meio à iniciativa diplomática, a violência continua no país. Mais de 180 pessoas morreram na sexta-feira, depois que tropas sírias alvejaram Douma, um subúrbio de Damasco, e a cidade de Homs.

Neste sábado, de acordo com a BBC, ativistas e testemunhas afirmaram que muitos residentes estavam fugindo em massa de Douma, temendo a ofensiva estatal.

Um ativista disse à agência Associated Press que a situação em Douma é ‘catastrófica’, depois de o subúrbio, um bastião da oposição, ter sido retomado pelas tropas de Assad.

Além disso, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), organização pró-oposição, afirmou que 30 civis morreram neste sábado vítimas de um disparo de morteiro contra a cidade de Zamalka, 10 km a leste de Damasco. O tiro de morteiro atingiu um grupo de pessoas que participava de um funeral em Zamalka, segundo o OSDH.

Fonte: G1

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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