Nos cinco primeiros meses deste ano, Pernambuco pode comemorar o aumento histórico nos números de doações de órgãos e transplantes realizados no Estado. De acordo com informações fornecidas pela Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), no período compreendido entre janeiro e maio de 2012, foi registrado um aumento de 122% em relação ao mesmo período de 2011. Enquanto no ano passado foram feitas 23 doações de órgãos, este ano o total foi de 51. Já o número de transplantes, também de janeiro a maio, subiu 73%, o que correspondeu ao quantitativo de 619 procedimentos realizados só este ano. No entanto, apesar dos bons números, as doações ainda precisam aumentar.

A Coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Noemi Gomes, acredita que a re-estruturação dos hospitais e o empenho das organizações que captam os órgãos geraram esse resultado positivo. Além disso, segundo ela, a mídia também exerce uma grande influência sobre o público. “As campanhas realizadas pela Secretaria de Saúde ajudam muito, mas quando os meios de comunicação mantêm uma pauta de reportagens sobre o assunto, notamos que há uma melhora nos números. No mês de passado, por exemplo, nós registramos 15 doações múltiplas, a melhor marca para um único mês que já tivemos. Outro ponto muito importante também é que os hospitais façam uma notificação eficiente dos possíveis doadores com morte encefálica. Quanto mais tempo demorar para que a retirada dos órgãos seja feita, mais as funções vitais serão prejudicadas por conta do mau funcionamento do cérebro”.

Ela reforça ainda a importância de que as pessoas que querem ser doadores deixem clara essa vontade para os seus familiares. “Seus parentes devem ter consciência do seu desejo. É preciso lembrar que ter aquele carimbo na carteira de identidade não tem valor. É preciso que os familiares permitam o procedimento”, explicou.

Atualmente, 3.137 pacientes estão na lista de espera. O maior aguardo está no transplante de rim, na qual constam 1.810 pessoas. A segunda é córnea, com 1.201, seguido por fígado, com 118, rim-pâncreas com seis e a menor é a de coração, com dois pacientes inscritos. Os dados são referentes até o dia 31 de maio.

PROCEDIMENTO
De acordo com informações fornecidas pela assessoria de Imprensa da SES, para que ocorra a doação, é preciso que haja a confirmação de morte encefálica do paciente – quando não há mais atividade cerebral, mas os órgãos continuam em funcionamento, com a ajuda de aparelhos. Embora muitas pessoas sejam temerosas desse procedimento, existe um rígido protocolo, avaliação médica e realização de uma série de exames. Após essa confirmação, o hospital pede a permissão dos familiares para que ocorra a doação, pois, de acordo com a legislação dos transplantes no Brasil, a doação deverá ser consentida pelo familiar de até 2º grau. E, após assinatura do termo de autorização, a Central encaminha o órgão para um receptor compatível, obedecendo a ordem da lista única do Estado. Quem tiver alguma dúvida ou quiser maiores informações sobre transplantes pode ligar para o telefone gratuito 0800-281-2185.

Lista de pessoas que precisam de transplante:
transplante de rim – 1810 pessoas
transplante de córnea – 1201 pessoas
transplante de fígado – 118 pessoas
transplante de rim-pâncreas – 6 pessoas
transplante de coração – duas pessoas
Fonte: CT-PE

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)