Daniel Dias está muito perto de cumprir sua expectativa para a Paralimpíada de Londres de ganhar medalhas de ouro em todas as seis provas individuais que vai disputar. Nesta sexta-feira, ele somou sua quinta vitória nos Jogos, nos 50 metros borboleta classe S5, bem ao seu estilo: baixando o próprio recorde mundial de 34s33 para 34s15.

Com isso, alcançou uma marca histórica: isolou-se como o atleta brasileiro com maior número de medalhas em paralimpíadas, sendo 14 ao todo, superando Clodoaldo Silva e Adria dos Santos, que têm 13 cada um.

Neste sábado, porém, último dia das provas da natação, o brasileiro terá a maior das batalhas: enfrentará o cansaço e os adversários por suas duas últimas medalhas nos Jogos – nos 100 metros livre classe S5 e no revezamento 4×100 metros classe 34 pontos.
“Me sinto muito honrado com esta marca”, disse. O nadador no entanto, não esqueceu de agradecer a Deus e às inúmeras pessoas que colaboraram para esta conquista, como seu técnico, Marcos Rojo, e a família.

Daniel afirmou que a vitória nos 50 m borboleta foi a mais difícil até agora porque foi a de menor diferença no tempo com relação ao segundo colocado (0s42 para o norte-americano Roy Perkins). “Tive de me superar para ganhar. Estou cansado”, admitiu. Mas prometeu manter sua rotina de descanso após as competições para chegar mais duas vezes ao lugar mais alto do pódio neste sábado. No entanto, será poupado nas eliminatórias do revezamento pela manhã para que possa entrar na piscina “apenas” três vezes.

Se Dias é o destaque da natação masculina na Paralimpíada, no feminino ninguém chegou perto da australiana Jaqueline Freney. Nesta sexta, a atleta encerrou sua impressionante participação com uma vitória no revezamento 4×100 metros classe 34 pontos. Ganhou oito ouros nas oito provas que disputou.

Nesta segunda também foi dia da despedida de um grande nome da natação olímpica e paralímpica: a sul-africana Natalie du Toit. A atleta, que mesmo sem parte de uma das pernas disputou a maratona aquática da Olimpíada de Pequim, em 2008, foi prata nos 100 metros livre classe S9, perdendo da australiana Ellie Cole.

PRATAS – O Brasil conquistou mais duas medalhas de prata na Paralimpíada de Londres nesta sexta. No golbol, a seleção não conseguiu fazer frente ao time da Finlândia e perdeu por 8 a 1 na final. O time, no entanto, saiu de campo satisfeito.

“Viemos aqui com o objetivo de preparar a equipe para 2016 e crescemos muito durante a competição. É duro perder do jeito que perdemos, mas mostramos que o golbol brasileiro chegou ao pelotão de elite”, disse o técnico brasileiro Alessandro Tosim.

Lucas Prado e seu guia Laercio Martins perderam a final dos 400 metros classe T11 e terminaram com uma prata. O ouro ficou para o angolano José Armando e seu guia Nicolau Palanca. O brasileiro não escondeu sua decepção por não ter conseguido um ouro até agora. “O programa paralímpico me ferrou de verde e amarelo, mas vou tentar buscar nos 100 metros”, resignou-se.

Outro destaque do dia de disputas em Londres foi o italiano Alessandro Zanardi, ex-piloto de Fórmula 1 que ganhou sua segunda medalha de ouro no ciclismo de estrada categoria H4. Ele terá a chance de mais um ouro no revezamento antes de encerrar sua participação.