Há mais de dois meses, pacientes que deveriam ser beneficiados com remédios gratuitos cedidos pela Secretaria de Saúde, através da Farmácia de Pernambuco, estão enfrentando uma verdadeira batalha para garantir seus direitos. Alguns medicamentos fundamentais, como os utilizados para o tratamento de pessoas portadoras de câncer, ou para evitar a rejeição de órgãos em pacientes transplantados, estão em falta. Uma falha que pode trazer sérias consequências a quem depende do uso regular dessas drogas para sobreviver.
Simone Patrícia Siqueira de Luna, 33, descobriu um câncer no intestino em 2008, que foi retirado após procedimento cirúrgico, no Hospital Barão de Lucena. Em 2009, foi encontrado um novo tumor, desta vez no fígado. “Ela foi transferida para o Imip, onde retirou o tumor e começou a fazer o tratamento de quimioterapia”, contou Maria da Conceição Luna, 45, irmã de Simone. Pelos três anos seguintes, Simone levou uma vida normal, até que em março deste ano, durante consultas periódicas, novos tumores foram descobertos. Agora, na medula óssea, no pulmão e na barriga. “Ela começou a fazer quimioterapia e a utilizar remédios para amenizar as dores e os efeitos do tratamento”, disse Maria.
Um dos remédios é o Cetuximab, que ajuda no combate às células cancerosas. “Esse remédio custa cerca de R$ 5 mil cada ampola. Ela usa quatro por semana. Não temos como comprá-las”, revelou a irmã. Uma liminar concedida pela justiça garantiu a Simone o direito de receber o medicamento gratuitamente. “A primeira dose foi disponibilizada no dia 15 de maio. No mês seguinte, já não tinha mais”, lamentou Maria. E era só o começo de uma longa luta. O remédio foi entregue novamente apenas no mês de julho. Em agosto, mais uma vez, a droga estava em falta. “Só fomos ganhar novas ampolas em setembro. Desde então, a minha irmã não utilizou mais o remédio.”
O juiz Roberto Carneiro Pedrosa, do 1º Juizado Especial da Fazenda Pública da Capital, estipulou o prazo de 72h, a partir do dia 23 de outubro, para que o remédio fosse disponibilizado, sob pena de multa diária de R$ 500. A Secretaria de Saúde explicou que a falta de medicamentos se deu por questões burocráticas. Informou ainda que já foram adquiridas 192 ampolas para suprir dez pacientes, um deles Simone, pelo período de três meses.
Outro paciente, Jorge Cláudio Vicente da Silva, 47, há 18 anos fez transplante de rim e, infelizmente, começou a passar por problemas há três meses. Dois dos três remédios que ele deveria tomar todos os dias estão em falta. “Eu tive que pagar do meu bolso. O Azatriopina custa R$ 80 a caixa, eu compro duas. Custo que deveria ser do governo”, explicou. Outro medicamento que ele precisa e também está em falta é o Prednisona. Jorge precisa comprar três caixas, que somam cerca de R$ 43,53.
A Secretaria Estadual de Saúde esclareceu que 50 mil comprimidos de Azatioprina já foram adquiridos, quantidade suficiente para atender à demanda de todos os pacientes que precisam da medicação pelo período de um mês. Uma segunda compra, que totaliza 79 mil comprimidos, já foi finalizada e deve abastecer os doentes por mais três meses. Sobre o Prednisona, o órgão disse que já foram solicitados 360 mil comprimidos. A expectativa de abastecimento é de até 30 dias.
Saiba mais
Como ingressar no programa
– Diagnóstico e tratamento
da doença devem estar contemplados na média e
alta complexidade, ou seja, necessitam de maiores recursos científicos e/ou tecnológicos
– O tratamento deve
atender aos protocolos e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde
– A solicitação deve ser encaminhada por alguma unidade conveniada ao Sistema Único de Saúde (SUS), seja pública ou privada.
Farmácia do Estado
0800.2862828
(81) 3184-4022
Fonte: Diario de Pernambuco
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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