Paralisação de servidores da saúde de PE afeta atendimento aos pacientes
Com a paralisação dos servidores do Ministério da Saúde em Pernambuco, decretada na segunda-feira (30), a situação dos hospitais públicos do estado volta a ficar em evidência. Com problemas desde maio, quando os professores do hospital-escola entraram em greve, o Hospital das Clínicas (HC), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sofre ainda mais com a paralisação também dos servidores técnico-administrativos, iniciada em 11 de junho, e está praticamente vazio. Apesar da diretoria do HC ter informado que os serviços essenciais seriam mantidos, a fim de minimizar os transtornos à população, a unidade de saúde não consegue cumprir a promessa.
No HC, que chega a realizar 20.470 consultas por mês, os quase 60 ambulatórios não têm pacientes ou médicos. Atendimentos de neurologia, genealogia e obstetrícia, considerados essenciais, não estão sendo realizados. Quem precisa de cirurgias também encontra problemas: boa parte delas foi cancelada, permanecendo apenas os procedimentos de urgência para pacientes já internados no HC, o que vale também para os serviços de laboratório e exames.
Em condições como estas, os pacientes – alguns vindos de municípios do interior de Pernambuco – sequer conseguem pegar os remédios controlados: também não há ninguém para atendê-los na farmácia. De acordo com José Bonifácio, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social (Sindsprev), pacientes na mesma situação devem checar a receita, pois há possibilidade de pegar o remédio em outras unidades: “É preciso ver se ele pode ser pego em outro hospital do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, existem realmente receitas para locais específicos, e que só podem ser retiradas lá”.
Bonifácio esclarece que o sindicato possui poucos servidores trabalhando no HC, e que a situação do hospital não está necessariamente ligada a eles. Ainda segundo ele, as unidades da Agamenon Magalhães, Barão de Lucena, Getúlio Vargas, Geral de Areias e as policlínicas Pan Centro e Alberto Sabin não devem parar. “Os hospitais têm funcionários estaduais, municipais e até privados, então não ficam paralisados totalmente. Apenas alguns setores terão queda no atendimento e devem funcionar com apenas 30% de sua capacidade”, justificou.
Em nota divulgada nesta terça, a diretoria do Hospital das Clínicas (HC) informou que tem concentrado esforços para manter o funcionamento dos serviços essenciais, como cirurgias de urgência, plantões geral e da sala de estabilização, internamentos de urgência, consultas ambulatoriais em oncologia e em pré-natal de alto risco, atividades de hemodiálise e exames laboratoriais e de imagem para pacientes internados.
Em relação aos demais atendimentos ambulatoriais, a diretoria contou que está avaliando os casos que, por falta da revisão médica, possam ter a sua evolução comprometida, visando assegurar a convocação desses pacientes.
Fonte: G1
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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