PE decide ampliar participação estudantil no Conselho de Transporte
O Governo de Pernambuco anunciou, na noite desta quarta-feira (25), a ampliação da participação do movimento estudantil no Conselho Metropolitano de Transportes Urbanos (CMTU). Atualmente, o grupo possui uma cadeira no Conselho. A decisão foi tomada após reunião com 27 líderes estudantis, no Palácio do Campo das Princesas, no Recife. De acordo com o Governo, o reajuste na tarifa permanece – não foi alvo de discussão.
A realização, no dia 20 de março, de uma reunião extraordinária do Conselho para discutir a pauta de reivindicações apresentadas pelos representantes estudantis, em carta assinada por seis entidades, também foi acertada. Entre as propostas elencadas, além da inclusão dos estudantes no CMTU, estão o direito à meia passagem para aqueles que utilizam o transporte intermunicipal; gratuidade para cotistas e estudantes do Prouni e o aumento nos créditos do Cartão VEM, que hoje dá direito a 70 passagens por mês.
Participaram da reunião com os estudantes os secretários Danilo Cabral (Cidades), Sileno Guedes (Articulação Social e Regional) e Tadeu Alencar (Casa Civil), além de deputados. Com eles, se reuniram presidentes e diretores da União Nacional dos Estudantes (UNE), União dos Estudantes de Pernambuco (UEP), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas (UMES) e da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE), além de integrantes dos Diretórios Centrais de Estudantes da FIR, UFRPE, Unicap, Faculdade Maurício de Nassau e do campus da UPE de Goiana.
O grupo estudantil recebido na reunião teria chegado ao Palácio das Princesas cerca de uma hora antes dos manifestantes que realizaram passeata pela Avenida Conde da Boa Vista e Agamenon Magalhães nesta tarde. “Não tem ninguém lá dentro do Palácio ligado à mobilização que realizamos hoje”, disse a representante regional da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres, Janaína Oliveira. Segundo ela, os principais pontos defendidos nos protestos, que começaram na última sexta-feira (20), são a revogação do aumento de 6,5 % da passagem, a retratação sobre a repressão policial e punição de agentes envolvidos em agressões, além da melhoria no sistema de transportes públicos da Região Metropolitana do Recife.
Passeata
A passeata desta quarta-feira (25) foi o terceiro protesto desde o anúncio do reajuste de 6,5% no valor das tarifas de ônibus no Grande Recife, na última sexta. De acordo com o 16° Batalhão da Polícia Militar, 1,5 mil pessoas participaram da mobilização desta tarde.
A manifestação começou na Rua do Hospício, por volta das 14h, e seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista até a Avenida Agamenon Magalhães. Em cada cruzamento, havia uma pausa de até dez minutos. Os manifestantes seguravam cartazes, gritavam palavras de ordem, recebendo, inclusive, apoio das pessoas que passavam pelo local. Moradores dos prédios ao longo da pista jogavam papel picado também em sinal de adesão à causa. “Sei que vou me atrasar para chegar em casa, mas, se a passagem diminuir, todo mundo vai agradecer ao protestantes”, disse a merendeira Maria José Ferreira.
Em frente ao Hospital da Restauração, eles fizeram silêncio em respeito aos pacientes. No cruzamento da Agamenon com a Avenida Governador Carlos de Lima Cavalcanti, na altura da Praça do Derby, os manifestantes sentaram-se na via por quase 20 minutos, irritando motoristas..A passeata retornou à Conde da Boa Vista, passando pela Ponte Duarte Coelho, Avenida Guararapes, Avenida Dantas Barreto, até o Palácio do Campo das Princesas, onde policiais militares já haviam isolando a entrada do prédio com grades.
Todo o percurso foi acompanhado por cerca de 300 policiais militares, espalhados em pontos estratégicos e organizando o trânsito. Diferente dos dois primeiros protestos, o clima foi amistoso, sem confronto entre policiais e manifestantes. Segundo o coronel José Antonio Silva, do 16°BPM, ninguém foi detido. “Tudo ocorreu em paz. Nós só orientamos os manifestantes na hora em que eles paravam o trânsito por muito tempo para não prejudicar o direito de ir e vir dos cidadãos”, comentou.
Confrontos
Na última sexta (20) e segunda-feira (23), estudantes saíram em passeata nas ruas do Centro do Recife e houve embates com a Polícia Militar. Os agentes usaram bombas de efeito moral, balas de borracha e spray de pimenta para dispersar os manifestantes, que também atiraram pedras nos policiais. Nas redes sociais, a violência da repressão policial foi assunto bastante comentando. Uma foto de um policial dando um golpe gravata em uma estudante foi compartilhada no Facebook por mais de cinco mil pessoas.
Na terça (24), uma comissão formada por seis estudantes, entre eles alunos de direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e pelo professor Pierre Lucena, se reuniu com o corregedor da Secretaria de Defesa Social (SDS), Sidney Lemos, para tratrar sobre os excessos que a polícia teria cometido ao reprimir a manifestação. A Corregedoria se comprometeu a apurar e investigar o caso, porém, o prazo para a conclusão do trabalho não ficou definido.
Fonte: G1 PE
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)
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