Vivemos na sociedade do medo. Pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) sobre o balanço do mercado em 2011 é mais um dado que corrobora o diagnóstico social: o país bateu novo recorde na produção de blindados. Em 2011, 8.106 veículos receberam a proteção, 10% a mais do que em 2010, quando o setor havia atingido o auge. Bruna Torres, 21 anos, é dona de um desses oito mil carros. Filha de pais advogados, a jovem conta que a alternativa foi pensada depois que a mãe, por conta da profissão, foi sequestrada por alguns minutos: “Minha família já havia sido assaltada várias vezes, mas o episódio do sequestro foi o ápice do medo, ficamos muito assustados, agora eu me sinto muito mais segura, posso ir para qualquer lugar”, comemora Bruna. De acordo com ela, é visível a blindagem no carro, o que evita que possíveis ladrões se aproximem. Pela proteção, foi necessário um desembolso de R$ 35 mil.

O estado de Pernambuco blindou 2% do total desses automóveis e é o terceiro dos que mais blindam no Brasil, ficando atrás de São Paulo, com 78% e do Rio de Janeiro com 14%. A Bahia está em quinto lugar com 1%, ficando atrás do Paraná. De acordo com Laércio Accioly, gerente comercial da B1 Blindagens, o mercado em Recife apresentou grande crescimento em 2008 e, de lá para cá, se estabilizou com cerca de 10 a 15 carros por mês. A novidade é que donos de carros populares estão procurando o serviço: “Antigamente a gente só trabalhava com carros grandes e caros, hoje o mercado está muito diversificado”. Segundo Accioly, o preço da blindagem varia de R$ 20 mil a R$ 40 mil: “O valor vai depender do modelo do carro, que diz respeito ao tamanho do veículo, e do nível da blindagem”.

É necessário ter atenção para a garantia do serviço. Geralmente as blindagens têm garantia de 2 a 3 anos, mas algumas empresas já estão trabalhando com a faixa de 10 anos, o que é importante para a não desvalorização do automóvel. A blindagem deixa o veículo mais pesado, o que compromete o rendimento. Bruna Torres sentiu isso em seu carro: “O peso dele vazio é como se estivesse com três pessoas. Com cinco, é como se eu estivesse transportando oito”. Sobre a garantia, Bruno da Fonte, diretor comercial da Afonte Blindagens, lembra que quando os carros passam por blindagem, costumam perder a garantia de fábrica já que a estrutura do veículo sofre transformações: “No entanto, estamos trabalhando com um tipo diferente: a blindagem Dupon já é aceita pela Mitsubishi de modo que não é perdida a garantia do veículo”.

A diferença nos tipos de blindagem diz respeito ao tipo de balas que elas aguentam. A Dupon é o nível mais baixo, conhecido como 1, mas que, de acordo com Bruno da Fonte, é suficiente para os tipos de armamentos que se costuma encontrar nas ruas. A diferença entre o nível 2A e 3A é que este último também consegue parar balas do tipo 45 magnum. Quem deseja blindar o automóvel, precisa pedir autorização ao Exército e ao Detran. Dos documentos à finalização do procedimento, Laércio Accioly informa que são necessários certa de 50 dias, mas, desses, apenas 30 são com o carro parado. Já a blindagem Dupon, Bruno da Fonte informa que é feita em uma ou duas semanas.

A pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) foi feita com 28 blindadoras afiliadas à instituição, o que representa um total de 75% da produção total de veículos blindados no Brasil. O valor Valor médio da blindagem de veículos no Brasil é de R$ 47.550.

Fonte: NE10

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)